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Coluna da direita:
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Abaixo se encontram os EBOOKS de fisioterapia, Ebooks são livros e materiais para download.
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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Entendendo o ECG na prática.

Hoje trago a vocês um simulador de ECG para auxiliar no conhecimento pratico de todos, o ECG é de suma importancia para fisioterapia, indepentemente da area da fisioterapia que é trabalhada. O paciente sendo cardiopata, pneumopata, com sinais ou fatores de risco, devem possuir o ECG e é de dever do fisioterapeuta saber interpretar os sinais e o que isso pode implicar no tratamento cineticofuncional. OBS: é em inglês.


http://nobelprize.org/educational/medicine/ecg/ecg.html.

Pectus Excavatun... o que a fisioterapia pode fazer?

Olá hoje trago a vocês uma pequena revisão sobre uma deformidade torácica, pectus excavatun, juntamente com um plano de tratamento baseado nas queixas principais relatado pelo paciente.

Desde o século XV as deformidades congênitas da parede torácica são descritas e discutidas na literatura. O pectus excavatum (PEX) conhecido entre os leigos como "peito de sapateiro", "peito escavado", ou "tórax escavado” (1) é a deformidade congênita da parede torácica anterior mais freqüente, acomete 1/400 crianças nascidas vivas, acarretando alterações estéticas com possíveis conseqüências psicológicas e sociais que interferem na qualidade de vida destes indivíduos. (2)

A radiografia do tórax em perfil mostra o esterno arciforme, às vezes em forma de “S” como osso único, menor que o esperado, com união completa entre o corpo e o manúbrio esternal. Tomografia do esterno e tomografia computadorizada do tórax mostra ausência da articulação manúbrio-gladiolar com obliteração das placas cartilaginosas de crescimento esternais e ossificação de todos os núcleos de ossificações esternais. (1)
http://www.radpod.org/wp-content/uploads/2007/11/pectus_excavatum_cxr.jpg
História familiar da deformidade torácica ocorre de 23% a 41% e há predominância absoluta do sexo masculino para o feminino, de quatro a nove para um. (1)

O PEX pode ser classificado como simétrico ou assimétrico, sendo que, quando assimétrico, a maior depressão está quase sempre à direita. Nos casos mais graves, há um deslocamento importante do coração para cima e para a esquerda, com diminuição significativa do volume torácico. Apesar da deformidade, a maioria dos estudos cardiológicos e da função pulmonar é normal, ou apresenta apenas moderada redução na capacidade pulmonar total e na capacidade vital inspiratória. (2)

Um estudo realizado em Manaus no ano de 2009 mostrou que em um grupo 1332 crianças em fase escolar 1,95% apresentavam anomalias da caixa torácica sendo que destes 65,4% apresentavam deficiências cardiorespiratórias, 0,8% apresentou escoliose e hipercifosetorácica. (3)

Os ortopedistas, de modo geral, indicam tratamento baseado na compressão do tórax por um colete no sentido de moldar a parede torácica, porém a evolução é lenta e não concreta
http://valepe.com/photos/photos_coluna018.jpg
Por outro lado, os cirurgiões, principalmente os torácicos, acreditam que a cirurgia é a única forma de tratamento, inclusive para as formas discretas. A maioria dos autores indica o tratamento cirúrgico desde que a deformidade seja realmente evidente ou grotesca. A indicação é de ordem estética na maioria das vezes e para prevenção e tratamento de problemas psicológicos e posturais (1)

Inúmeros trabalhos têm se preocupado com os resultados funcionais pré e pós operatórios no PEX, e o consenso é de que não há mudanças significativas mensuráveis na função cardiorespiratória, embora haja melhora subjetiva, principalmente no aumento da tolerância ao exercício. (2)

Dados: Paciente sexo masculino 14 anos, com história de pectus excavatun na familia e classificado como sedentario. 1 Atendimento por semana, com tempo médio de 45minutos, total de 6 atendimentos realizados. A evolução foi mensurada de forma qualitativa e visual.

Queixa Principal:
Cansaço em atividades físicas intensa.
Padrão não estético do tórax
Dor na região do quadríceps após exercícios que exigem esforços dos MMII.

Diagnostico Fisioterapêutico:
Pectus Excavatum – escoliose em C com convexidade para direita – hipercifóse torácica - retificação cervical com hiperlordose de nas primeiras vértebras cervicais (postura característica de déficit ventilatório). Encurtamento muscular dos flexores do quadril e extensores do joelho, flexores de joelho, plantiflexores e inversores do pé.

Objetivos:
1. Prevenir deformidades, manter e ganhar ADM.
2. Promover uma reeducação postural
3. Aumentar a resistência ao exercício.

Condutas Fisioterapêutica

Alongamento da cadeia da cadeia anterior do tronco sobre a bola Suíça, paciente deitado em decúbito dorsal sobre a bola suíça, abduzindo e fletindo ao maximo os MMSS. O alongamento previne o encurtamento da cadeia anterior do tronco que gera alterações posturais como hipercifóse torácica protrusão de ombro e muitas outras alterações que modificam o centro de gravidade. (5)

Alongamento passivo dos isquiostibiais – gastrocnêmico – sóleo: paciente deitado em decúbito dorsal na maca e o terapeuta realiza passivamente uma dorsiflexão, flexão de quadril e mantém a extensão do joelho do membro, seguindo o alongamento de 3tempos do FNP. A técnica de alongamento passiva estática tem sido utilizada por ser considerada bastante eficiente para produzir aumento agudo na amplitude de movimento articular. (6) O alongamento 3s (três tempos, permite ao terapeuta a alcançar um maior alongamento em um menor tempo, este objetivo é alcançado da seguinte maneira. Ao gerar um pré alongamento na musculatura o reflexo miotático é ativado gerando uma contração muscular involuntária, diminuindo a amplitude de movimento e impedindo o alongamento total, no alongamento 3s o paciente é instruído a contraia a musculatura que ta sendo ativada, após a ativação do reflexo miotático,este ato ativa os OTG (órgãos tendinosos de golgi) que gera um comando a nível central de relaxamento muscular, permitindo uma maior amplitude e conseqüentemente um maior alongamento.(7)

Alongamento de quadríceps, paciente em posição ortostática realiza flexão de joelho puxando o pé. De acordo com Kisner e Colby (1998) os alongamentos ajudam a recuperar ou reestabelecer a ADM normal das articulações bem como a mobilidade dos tecidos moles que estão ao redor; previne contraturas; aumenta a flexibilidade e evita ou minimiza o risco de lesões musculotendíneas. É importante deixar pelo menos 15-30 segundos (tensão nos tecidos diminui lentamente durante esse tempo). (8)

Instrução da Postura correta sobre a bola Suíça, paciente senta sobre a bola e o terapeuta realiza manualmente a colocação da postura correta, recebe comandos verbais e proprioceptivos para a manutenção da postura sobre a bola, sendo que está deve ser mantida inicialmente por um período de 60s e logo após um intervalo de 15s. Com as alterações posturais ocorre uma adptação proprioceptiva, transmitindo ao paciente que a postura incorreta atual, é a postura incorreta, o treino muscular e o treino proprioceptivo permite ao paciente um retreinamento proprioceptivo permitindo uma manutenção da postura, sendo esta inicialmente uma manutenção voluntaria e com o tempo se tornando uma manutenção involuntária (9)

Fortalecimento da cadeia posterior do tronco na bola Suíça. Paciente em decúbito ventral com a bola na região abdominal, ele deve realizar uma hiperextensão do tronco abrindo os braços e mantendo esta postura por 30s realizando 5vezes com intervalo de 15segundos, buscando o reequilíbrio muscular do tronco e pescoço. O desequilíbrio muscular em crianças geralmente começa na parte superior do tronco, talvez porque a cabeça grande e pesada é suportada pelos músculos comparativamente fracos do pescoço e porque o centro de gravidade é anteriorizado, gerando alterações no eixo do corpo (coluna) conseqüentemente gerando alterações biomecânicas de todo o sistema locomotor. Este equilíbrio pode ser alcançado através do alongamento da musculatura encurtada e/ou a liberação da musculatura contraturada, ou seja a musculatura da cadeia anterior, juntamente com o fortalecimento da musculatura agonista (musculatura posterior do tronco) atuando também sobre a propriocepção da postura correta. (5),(10) A postura sentada correta consiste um alinhamento entre lóbulo da orelha, acrômio, trocânter maior do fêmur, ombros nivelados, lóbulos da orelhas alinhados, joelho fletidos e alinhados com os ombros de forma que o paciente não consiga observar os pés, as flexões de quadril, joelho e tornozelo devem formar um ângulo de 90º. (12)

Fortalecimento da musculatura estabilizadora da coluna, dando enfase ao transverso abdominal ao reto abdominal e os obliquos interno e externo.

Treino aeróbio, paciente realizara um circuito onde caminha 10 minutos da esteira, após isso pula sobre a bola suíça mantendo a postura e movimentando os MMSS por 2 minutos 5 minutos de bicicleta. Estes exercícios proporcionam um fortalecimento da musculatura do quadríceps, gera desequilíbrios posturais estimulando os proprioceptores posturais e fortalecendo a musculatura do tronco, além de atuar como um exercício aeróbio. Os membros superiores, por possuírem uma musculatura mais especializada em motricidade fina, geram um maior gasto energético em comparação com o membro inferior, o uso desta musculatura como trabalho aeróbio mostra efetividade quando associada ao treino dos membros inferiores. O treino aeróbio permite ao paciente uma maior resistência aos exercícios e o tempo recomendado para ganhos significativos é de 20 a 30minutos 75% a 85% da freqüência cardíaca máxima. (11)

EVLOUçÃO
Paciente apresentou uma maior amplitude de movimento no alomgamento. Não relatou mais dor no quadriceps após as atividades fisicas. Maior tolerancia ao exercicio. Maior consciencia corporal, sempre entrando no padrão de postura correta quando se sente desalinhado.

REFERÊNCIAS:
1. COELHO, Marlos de Souza and GUIMARAES, Paulo de Souza Fonseca. PECTUS EXCAVATUM / PECTUS CARINATUM: TRATAMENTO CIRÚRGICO Rev. Col. Bras. Cir. [online]. 2007, vol.34, n.6, pp. 412-427. ISSN 0100-6991.
2. REBEIS, Eduardo Baldassari et al. Índice antropométrico para classificação quantitativa do pectus excavatum. J. bras. pneumol. [online]. 2004, vol.30, n.6, pp. 501-507. ISSN 1806-3713.
3. COELHO, Marlos de Souza et al. Pectus Excavatum / Pectus Carinatum: tratamento cirúrgico . Rev. Col. Bras. Cir. [online]. 2003, vol.30, n.4, pp. 249-261. ISSN 0100-6991.
4. WESTPHAL, Fernando Luiz et al. Prevalência de pectus carinatum e pectus excavatum em escolares de Manaus. J. bras. pneumol. [online]. 2009, vol.35, n.3, pp. 221-226. ISSN 1806-3713.
5. CARRIÈRE, Beate. Bola suíça: teoria, exercícios básicos e aplicação clínica. São Paulo: Manole, 1999.
6. GREGO NETO, Anselmo and MANFFRA, Elisangela Ferretti. Influência do volume de alongamento estático dos músculos isquiotibiais nas variavéis isocinéticas. Rev Bras Med Esporte [online]. 2009, vol.15, n.2, pp. 104-109. ISSN 1517-8692.
7. ADLER, Susan S.; BECKERS, Dominiek; BUCK, Math. PNF facilitação neuromuscular proprioceptiva: um guia ilustrado. São Paulo: Manole, 1999.
8. KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. São Paulo: Manole, 1998.
9. SANTOS, Angela. Diagnóstico clínico postural: um guia prático. São Paulo: Summus, 2001.
10. KNOPLICH, JOSE. Livro endireite as costas desvios da coluna, exercicios e prevençao. Editora Yendis, 5ºed.
11. DOURADO, Victor Zuniga and GODOY, Irma. Recondicionamento muscular na DPOC: principais intervenções e novas tendências. Rev Bras Med Esporte [online]. 2004, vol.10, n.4, pp. 331-334. ISSN 1517-8692
MARITZA, Klein Steffenhagen. Manual da Coluna, Manole, 2005
Escrito por Gabriel Duarte de Freitas.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Síndrome de Williams

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3CpoP_wCkOGZzRHVGeoZ3RMPDCVuPp4H6J7YYHM4jKo2DmPm1NK1MYGycpulxmMehgK8SWhn1XEpqul_K46jPgu3m360j6D0MPi3Du7mdh2i0gS6ZJHv9FD8fJ4EfI07Pwj4Xm2bubv2T/s320/williams+4.jpg

Esta síndrome foi descrita pela primeira vez em 1961, por Williams e logo após em 1963, por Beuren, seu diagnóstico se realiza pelas características físicas que são marcantes e não deixam muitas dúvidas, sendo atualmente diagnosticada por meio da técnica de hibridação fluorescente in situ (FISH). (LESCZINSKY et al, 2008).

De acordo com o mesmo autor, a causa desta síndrome é uma deleção do lócus do gene da elastina localizado em 7q11.23 (braço longo do cromossomo 7), que se denomina submicroscópica, já que não se visualiza bem os cromossomos ao microscópio. O número de genes implicados está entre 20 – 30 dentre os 80.000 que existem aproximadamente.

Segundo Carakushansky (2001), a síndrome de Williams, também chamada síndrome de Williams-Beuren é uma doença rara (1/10.000), que se caracteriza por fácies típicas de “fadinha e/ou gnomo"(uma face típica com bochechas proeminentes, narinas antevertidas, filtro nasal longo, proeminência periorbitária e boca grande com lábios volumosos), estenose aórtica supravalvular, deficiência de estatura, retardo mental de gravidade variável, hipoplasia de íris, malformação dentária característica e hipercalcemia neonatal. (MORRIS E MERVIS, 2000 apud ROSSI et al, 2007).

Chapman, Belluggi et al (1993, 1996 apud MACHADO et al. 1998), a criança com síndrome de Williams, comumente tem distúrbios motores, que em idade precoce, surgem como hipotonia e progridem para hipertonia com a idade mais avançada ( pode ser hipertonia plastica ou seja so entra em espasticidade quando o musculo é levemente estirado)

Outras características presentes na síndrome de Williams são, dificuldades visuo-espaciais, coordenação motora grossa e fina, apresentando dificuldades para sentar, caminhar, correr, subir escadas e atividades como, cortar com tesouras, desenhar, pintar, podem se tornar tarefas difíceis. (LESCZINSKY et al, 2008).

Por ser um transtorno genético não existe um tratamento específico, a conduta depende dos transtornos presentes, a estenose valvular pode requerer somente tratamento médico e dependerá da sua severidade, a fisioterapia ajuda aqueles que apresentam rigidez articular. (LESCZINSKY et al, 2008).

Segundo a associação brasileira da síndrome de Williams, quanto ao desenvolvimento motor, as crianças começam a andar geralmente mais tarde do que o esperado e têm dificuldades motoras (motricidade grosseira e fina) e da coordenação oculo-manual. Assim, podem levar mais tempo para aprender a sentar e a andar e mostram dificuldades em tarefas como andar de bicicletas, abotoar, utilizar tesouras e segurar o lápis. Têm dificuldades na orientação espaço-temporal, na avaliação de distâncias e direções e em tarefas que incluem processamento visual.

De acordo com o mesmo site, a hipermobilidade articular é observada em 90% dos pacientes durante a lactância podendo contribuir para o atraso na deambulação. Contraturas articulares, especialmente dos membros inferiores, são descritas em 50% das crianças e 90% dos adultos afetados. Outras anomalias comuns incluem escoliose (12%), cifose (21%) e lordose (38%).

REFERÊNCIA
LESCZINSKY, Miguel et al. Síndrome de Williams Beuren ; reporte de un caso. Rev Soc Bol Ped 2008; 47 (3): 166 – 8. Disponivel em: http://www.bago.com.bo/sbp/revista_ped/Vol47_3/rev%20PED%2047%20No%203%202008.pdf. Acesso em: 12 jun. 2010.


CARAKUSHANSKY, Gerson. Doenças Genéticas em Pediatria. Rio de Janeiro: Guanabara/Koogan, 2001.

MACHADO, Marcos Tobias et al. Achados Neuro-urológicos da síndrome de Williams: relato de caso. Arq. Neuro-Psiquiatr. v.56 n.3B São Paulo set. 1998. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=220900&indexSearch=ID. Acesso em: 12 jun. 2010.

Associação Brasileira da Síndrome de Williams. Disponível em: http://www.swbrasil.org.br/. Acesso em: 12 jun. 2010.


Autora: Graciela de Mattos

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domingo, 6 de junho de 2010

Bandagens Funcionais em Fisioterapia

Bandagem refere-se a faixas de tecido adesivas ou não para aplicação sobre a pele com objetivos terapêuticos, por exemplo, para inibir, conter e limitar um movimento doloroso ou patológico.
Terminologia Internacional:
· Bandagem
· Vendajes
· Pretaping ou wrap
· Souple
· Straping ou Taping
· Tape
· Tape Cutter
· Tape Box
Objetivos
· Proteção e suporte com função e movimento
· Retorno precoce as AVDs
· Prevenção de lesões e efeitos deletérios da imobilidade
Indicações· Distensões ligamentares grau l e ll
· Distensões musculares
· Prevenção de lesões ligamentares e musculares
· Fissuras de ossos longos
· Fissuras de costelas
· Após imobilização gessada
· Luxações
· Lesões capsulares
Contraindicações
· Rupturas tendinosas, ligamentares e musculares
· Edema em formação
· Fraturas
· Deficiência vascular de retorno
Aplicação da Bandagem
a) Limpeza da área (benzina, spray)
b) Depilação
c) Posicionamento correto do local
d) Primeira ancoragem
e) Segunda ancoragem
Modo de Ação da Bandagem
· Mecânico
· Proprioceptivo
· Psicológico
Material Básico da Bandagem
· Faixa adesiva (esparadrapo)
· Faixa elástica não adesiva
Entorse de Hálux

  • (1º) Posicionamos o membro e limpamos a área com spray ou benzina.
  • (2º) Colocamos a primeira banda de ancoragem na cabeça dos metatarsos.
  • (3º) Colocamos uma segunda banda de ancoragem ao redor do hálux.
  • (4º) Colocamos a primeira banda ativa que beira a face interna do hálux e cabeça do primeiro metatarso.
  • (5º) Colocamos uma segunda banda ativa que vai desde a âncora do hálux a âncora plantar na face medial.
  • (6º) Colocamos uma terceira banda ativa que parte do hálux medial ao meio da âncora plantar.
  • (7º) Colocamos a quarta banda ativa da âncora do hálux medial e cruzamos para a região dorsal do pé ainda na face medial do mediopé.
  • (8º) Colocamos uma nova banda ativa que vai da âncora do hálux face lateral e cruza para a face medial do mediopé. (Seta em azul).
  • (9º) Reforçamos a bandagem com uma banda ativa que se origina da âncora do hálux e cruza para a âncora plantar. (Seta verde)
  • (10º) Colocamos a última banda ativa que origina do hálux lateral e cruza para a âncora plantar na face medial.
  • (11º) Colocamos duas novas ancoragens, a âncora plantar e a âncora do hálux.
  • (12º) Acabamentos da bandagem com uma bandagem com um reforço da âncora do hálux a âncora plantar na face medial.
Fasceite Plantar (Descarregar o arco longitudinal)

  • (1º) Limpeza da área.
  • (2º) Colocamos a primeira âncora na sobre a base dos metatarsos.
  • (3º) Colocamos uma primeira banda ativa que vai da face medial da âncora plantar e cruza região plantar e contorna o calcanhar, segue aderida a face medial do mediopé e insere-se próximo ao ponto de origem.
  • (4º) Outra banda ativa segue da âncora plantar na face lateral do antepé na base do quinto metatarso e cruza a região plantar contornando o calcanhar e insere-se próximo ao ponto de origem.
  • (5º) Reforços do passo 3 e 4.
  • (6º) Fechamos a região plantar com três bandas como a âncora plantar.
  • (7º) Finalizamos a bandagem com faixas longitudinais que se originam do dorso medial do pé seguem a face medial do pé cruzando o calcanhar e inserindo-se próximo ao ponto de origem na região medial do dorso do pé.
  • (8º) Último passo é a circundação da faixa na região plantar em cima da âncora plantar.
Prevenção de Entorse de Tornozelo
  • (1º) Após limpeza da área, colocamos as âncoras de fixação, uma na perna distal e outra circunda a região plantar ou mediopé. Repetimos esse procedimento duas vezes para reforçar as âncoras.
  • (2º) Colocamos a primeira banda ativa em forma de “U” que se estende da face medial da âncora da perna, cruza o retropé ou calcâneo e insere-se na face lateral da âncora da perna.
  • (3º) Reforçamos o passo 2, porém com a faixa um pouco mais distal.
  • (4º) Colocamos duas bandas de reforço em cima da âncora da perna.
  • (5º) Coloca-se uma banda que se origina da face medial da âncora da perna cruzando para face lateral sobre o maléolo lateral dando a volta ao redor do calcanhar em cima do tendão calcâneo e circundado o tornozelo e passando na região plantar do retropé em direção a âncora da perna na face lateral.
    Tratar a Dor no Compartimento Lateral

  • (1º) Começamos com as âncoras proximal e distal. Duas faixas cada âncora.
  • (2º) Colocamos duas bandas ativas na perna, uma lateral e outra medial de âncora a âncora.
  • (3º) Colocamos uma bandagem espiral na face anterior da perna de lateral a medial e vice-versa até fechar toda a perna anterior, depois reforçamos as âncoras proximal e distal.
Tratar e Prevenir a Tendinite Patelar


  • (1º) Primeiro colocamos um coxinho de EVA em cima da patela.
  • (2º) Colocamos uma primeira banda de âncora que circunda acima da patela.
  • (3º) Reforçamos a banda da âncora suprapatelar com uma nova volta da faixa
  • (4º) Cobrimos a bandagem com uma faixa elástica ou atadura.

Prevenção e Tratamento da Dor Femoro-patelar

  • (1º) Preparação da área a ser aplicada.
  • (2º) Colocamos uma faixa ativa infrapatelar que se origina de lateral para medial.
  • (3º) Colocamos uma banda cruzada de lateral para medial, passando em cima do tendão patelar.
  • (4º) Colocamos outra banda cruzada de lateral para medial, porém originando-se de baixo para cima como na foto.
Tratamento e Prevenção lesões da Musculatura Isquiotibiais

  • (1º) Colocamos a primeira banda de ancoragem a 1 cm abaixo da prega glútea.
  • (2º) Colocamos uma banda em “V” em cima da âncora e fixamos com uma nova banda, essa banda em “V” estende-se além do joelho. Repare que ela divide-se acima da fossa poplítea.
  • (3º) A ponta interna ou medial da banda “V” gira em torno do joelho passa na região infrapatelar (anterior do joelho) e insere-se na mesma banda “V” interna.
  • (4º) Mesmo procedimento do passo (3º), porém inverso.
  • (5º) Colocamos duas bandas ativas uma na face medial e outra na lateral da coxa, da âncora proximal a âncora distal, formada pela banda “V”.
  • (6º) Começamos a colocar as bandas de fixação que vão desde a face interna até a segunda banda de ancoragem na lateral da coxa.
  • (7º) Continuamos até cobrir toda a face posterior da musculatura isquiotibial, até pouco acima da divisão da banda “V”.
  • (8º) Colocamos uma banda ativa na face posterior, da âncora proximal a âncora distal e reforçamos essa banda ativa em cima das âncoras.
  • (9º) Colocamos bandas circulares na região poplítea em direção a região anterior do joelho.
  • (10º) Acabamos a bandagem cobrindo espiralmente de distal a proximal da musculatura.
Tratamento de Lesões da Musculatura do Quadríceps


  • (1º) Essa bandagem pode ser feita com faixa não adesiva, como nas fotos. Controle a pressão exercida na bandagem.
    Referências
BOVÉ, Toni. Técnicas de Imobilização. V1. Missouri: Mosby, 1995. CHAMORRO, R.P.G. Vendajes Funcionales.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA MULHER EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE UMA FACULDADE DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES


Por:Fabiana Menezes de Miranda
Profa. do curso de Fisioterapia da FESV-ES

A fisioterapia tem surgido com um novo papel, integrando programas de promoção e prevenção na saúde da mulher. Esses novos modelos de assistência têm-se mostrado eficazes para tratamento de incontinência urinária, principalmente para mulheres climatéricas e gestantes no último trimestre gestação.
O estágio de fisioterapia voltado para a saúde da mulher, realizado semestralmente pela Faculdade Estácio de Sá de Vitória-ES têm obtido resultados, consideravelmente importantes, para essa disfunção, tanto na recuperação como na prevenção, além de obter relatos de melhora nas disfunções sexuais dolorosas femininas, assim como nas disfunções orgásmicas.
Palavra chave: Incontinência, Fisioterapia, Estágio curricular

Introdução
A incontinência urinária é, hoje, um problema de saúde pública que afeta principalmente mulheres climatéricas, como mostra Guarisi et al, onde demonstraram que 35% apresentavam incontinência urinária por esforço. Essa prevalência torna-se ainda maior quando comparada com sexo masculino (3:1) (Polden, 2005).
Apesar do alto índice, poucas são as mulheres que procuram algum tipo de tratamento, devido à vergonha de procurar atendimento, falta de conhecimento e esclarecimento do problema e até mesmo despreparo de alguns profissionais da saúde.
Incontinência urinária é definida, segundo a sociedade internacional de continência como “uma condição em que a perda involuntária de urina é um problema social, higiênico e objetivamente demonstrável”. É uma condição multifatorial que afeta diferentes faixas etárias e que ainda é considerada por muitos, erroneamente, como uma condição normal do envelhecimento. Essa condição constrangedora pode levar a frustrações, afastamento de convívio social, quadros depressivos e até mesmo, ser precursor de doenças oportunistas.
Durante muitos anos a cirurgia era considerada a melhor opção de tratamento, mas as recidivas eram freqüentes após alguns meses ou até anos, submetendo as pacientes a novas cirurgias, e muitas vezes, com piora do prognóstico.
Atualmente, a fisioterapia em combinação com tratamento médico, visa melhorar o quadro clínico deste comprometimento ou, ao menos, melhorar as condições higiênicas, psicológicas, além de envolver os familiares nos cuidados e esclarecimentos sobre todo o mecanismo fisiológico do problema e sobre todos os recursos disponíveis para solucioná-los.
A fisioterapia voltada para incontinência urinária acontece em Unidades de Saúde da Grande Vitória e Centro de Convivência do bairro Jardim Camburi no município de Vitória-ES, durante o estágio supervisionado curricular da Faculdade Estácio de Sá, onde é feita avaliação e tratamento específico. Além disso, os alunos esclarecem dúvidas através de seminários e cartilhas elaboradas por eles. O interessante é que, muitas vezes, os alunos detectam incontinências leves, que algumas mulheres não tinham consciência da existência.

Continência

A continência urinária é mantida quando existe uma boa sustentação do trato urinário, função esfincteriana normal dos músculos, disposição anatômica normal dos órgãos, pressão intra-uretral maior que a intravesical, inervação da musculatura lisa íntegra e normalidade do músculo detrusor.

Incontinência
Geralmente são divididas em cinco tipos, dentre elas serão definidas as duas principais:
-IU premente ou de urgência – perda involuntária da urina acompanhada de um desejo forte de micção.
-IU por esforço – perda urinária involuntária aos esforços tais como: tossir, espirrar, saltar, correr, etc. É considerada a mais comum das incontinências e a mais fácil de tratar.
É importante ressaltar que existe um tipo de incontinência urinária temporária que pode ser causada por uma infecção urinária, e que pode ser resolvida após o tratamento medicamentoso desta infecção.

Climatério
É um período em que os hormônios produzidos pelos ovários vão progressivamente deixando de ser fabricados. A diminuição desses faz com que os ciclos menstruais tornem-se irregulares, até acabarem completamente. Nesta fase de transição ocorrem alterações físicas e psíquicas importantes, que comprometem a qualidade de vida da mulher.
As alterações hormonais do climatério provocam diminuição de fibras de colágeno e hipotrofia muscular de apoio do trato genital, perda de elasticidade, entre outros, predispondo a um possível quadro de incontinência.

Gestantes
O peso do feto, principalmente no último trimestre, provoca compressão dos órgãos pélvicos. Além disso, as mudanças anatômicas temporárias e o esforço do parto podem ser causadores em potencial de incontinência urinária em mulheres que não realizam um programa de exercícios preventivos.

Tratamento Fisioterapêutico
O tratamento fisioterapêutico ocorre todo semestre com turmas do 70 período de fisioterapia, em mulheres com idade igual ou superior a 45 anos e gestantes nos três trimestres de gestação, através de estágio supervisionado.
Primeiramente é realizada uma avaliação sucinta, individual e específica em cada mulher, para a preparação de um protocolo de tratamento e evolução do quadro.
O trabalho é feito em grupos, onde os alunos iniciam por palestras educativas, previamente sugeridas pelas mulheres envolvidas e, é fornecida uma cartilha resumida sobre o assunto abordado em cada palestra. Logo após ensinam exercícios específicos, principalmente os de assoalho pélvico.
Ao final do atendimento elas são orientadas a realizar algumas atividades em casa, diariamente.
O estágio tem carga horária de 125h com uma freqüência de duas vezes por semana.
Palestras

As palestras são realizadas antes dos atendimentos, através recursos como: data-show, vídeos, pôsteres, cartilhas entre outros.
Os temas são sugeridos pelas próprias mulheres do grupo, onde podemos citar: câncer de mama, climatério, papel dos hormônios femininos, desenvolvimento do feto, benefícios dos exercícios na gestação, amamentação e higiene do bebê, desenvolvimento do feto, posições para relação sexual na gestação, incontinência urinária, exercícios para melhora das disfunções sexuais na melhor idade, métodos anticoncepcionais, planejamento familiar etc.

Exercícios
-Terapia comportamental ou reeducação da bexiga – consiste na micção em tempos para treinar a bexiga, tendo como objetivo separar a necessidade de urinar do ato de urinar.
-Percepção de assoalho pélvico – Consiste em treinar a propriocepção dos músculos do assoalho pélvico, identificando cada grupo por ação realizada. Diferencia as contrações dos músculos responsáveis pelo fechamento da uretra, dos músculos vaginais e anais.
-Trabalho muscular do assoalho pélvico – São realizados trabalho de fortalecimento e resistência dos músculos, de acordo com a necessidade. São realizados exercícios de Kegel, que são específicos para correta contração muscular. O fisioterapeuta deve condicionar o paciente a não utilizar, de forma compensatória, outros músculos, como: abdominais, adutores do quadril e glúteos.
Os exercícios são realizados com mudanças de decúbito de forma progressiva e são utilizados materiais, como: bolas de Bobath de tamanhos diferentes, colchonetes, halteres etc.

Considerações finais
Apesar da incontinência urinária, hoje, receber atenção especial em todo o mundo, ainda ocorre dificuldade de aceitação do problema pela maioria das mulheres, que preferem, muitas vezes, o isolamento à procurar um tratamento. Acredita-se que este fato se dê, principalmente, pelo baixo nível educacional, pela falta de orientação e até mesmo, decepção de métodos realizados no passado, sem manutenção, para evitar recidivas.
Os programas de fisioterapia na saúde da mulher têm a possibilidade de serem difundidos e podem ser implementados em locais menos convencionais, como possibilidades menos onerosas na saúde da mulher, evitando, muitas vezes, procedimentos mais invasivos, caros, com tempo de recuperação muito maior e nem sempre tão eficazes.
É importante salientar que a resolutividade dar-se-á a partir do momento em que os profissionais da saúde envolvidos, passarem a trabalhar de forma interdisciplinar e não apenas multidisciplinar.
Devemos enfatizar que os exercícios devem ser realizados, também, de forma preventiva, devendo ser incorporados à vida diária da mulher independente da faixa etária, visto que as mesmas são as maiores vítimas desta disfunção.
Referências

1-MARQUES, Keila S. Frade; FREITAS, Patrícia A.C. de. A cinesioterapia como tratamento da incontinência urinária na unidade básica de saúde. Fisioterapia em movimento, Curitiba, v.18, p.63-67, 2005.
2-POLDEN, Margaret; MANTLE, Jill. Fisioterapia em obstetrícia e ginecologia. São Paulo: Santos, 2005.
3-SOUZA, Cláudia E.C. Incontinência Urinária. Saúde em movimento. 2003
4-ACIOLY, Marília C.A.C. Sampaio. A incontinência urinária no climatério: uma proposta de tratamento fisioterapêutico. disponível em . acesso em 10 de Julho 2008.
5-Freitas, F. et al. Rotinas em ginecologia. Porto Alegre:3ed, Artes médicas, 1997. 358p.
6-GUARIS, IT; NETO, AMP; OSIS, MJ; et al. Incontinência urinária entre mulheres climatéricas brasileiras: inquérito domiciliar. Ver Saúde Pública, v.35, p. 428-35, mai. 2001.
7-LEON, MIWH. A eficácia de um programa cinesioterapêutico para mulheres idosas com incontinência urinária. Fisioterapia Brasil, v.2, n.2, 107-15. 2001.
8-SACOMORI, Cínara; CARDOSO, Fernando Luis. O papel da fisioterapia no tratamento das disfunções sexuais. Nova Fisioterapia, Rio de Janeiro, n.61, 14-16, Mar/Abr. 2008.



Fonte:http://www.portaldafisioterapia.com/?pg=noticia&id=1219

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Inspirometria de Incentivo, o que precisamos saber para melhorar nossa prática - Parte I

Existem alguns recursos fisioterapêuticos que de tão utilizados em nossa prática acabam se tornando sinônimos de fisioterapia para o público geral. Este é o caso da Bola Suíça, a qual muita gente associa à fisioterapia pediátrica; assim como o onipresente TENS, o famoso “choquinho”, e também os inspirômetros de incentivo.
Acontece que um efeito colateral da disponibilidade excessiva de um recurso é justamente o seu mal uso, digo isso tanto em termos de indicação quanto de utilização do equipamento. Muitas vezes, no dia a dia, ligando o piloto automático com certos equipamentos e acabamos por utilizá-los mesmo sem conhecer direito suas propriedades.
Hoje resolvi desligar meu piloto automático e decidi pesquisar o que a literatura científica tem a me dizer sobre os inspirômetros de incentivo. Segue abaixo um pequeno texto, ou como diria meu antigo professor de português, um “testículo” sobre o assunto.

Inspirômetros de Incentivo
Os inspirômetros de incentivo são dispositivos que estimulam o paciente a realizar inspirações profundas, com o objetivo de gerar uma maior ventilação alveolar. O grande diferencial destes equipamentos, e também a característica que chama a atenção do público leigo, é o fato de contarem com um sistema de feedback visual extremamente simples e que ajuda o paciente a monitorar o fluxo e o volume de ar mobilizados a cada inspiração.

O feedback visual permite que o paciente monitore seu desempenho no exercício respiratório e também o motive a realizar inspirações que se aproximem da Capacidade Pulmonar Total, as quais tem por finalidade recrutar alvéolos colapsados, levando a uma maior ventilação de zonas pulmonares pouco ventiladas, bem como a um aumento na efetividade das trocas gasosas, sendo desta forma bastante utilizados para tratar ou prevenir complicações pulmonares.

Indicações
Basicamente seu uso é indicado na presença de atelectasias e na sua profilaxia em condições predisponentes (doenças neuromusculares, presença de alterações diafragmáticas, pós-operatório de cirurgias torácicas e abdominais).

Tipos de Inspirômetros
Os incentivadores inspiratórios são classificados de acordo com o feedback visual oferecido. Assim temos os incentivadores orientados a fluxo e os orientados a volume. É interessante notar que no exterior, existe uma terceira categoria de incentivadores: aqueles orientados simultaneamente a fluxo e a volume, e que são denominados “volume accumulators” (exemplo: Voldyne)
Não consegui encontrar na internet nenhuma imagem ou descrição adequada de um incentivador exclusivamente a volume para exemplificar nesta postagem. Porém este fato não tem muita relevância, pois como veremos a seguir, os estudos mais importantes que investigaram os efeitos da inspirometria de incentivo compararam dois modelos bastante populares no Brasil: o Voldyne (classicamente descrito como orientado a volume - Foto 1) e o Triflo (orientado a fluxo- foto 2).
IMPORTANTE:

Não ganho jabá pra promover a marca Voldyne, mas se por acaso o fabricante quiser me patrocinar, aceito pagamento em dinheiro, cheque, barras de ouro e diamantes.


Imagem 1- Acima, Incentivador orientado a volume


Figura 2 - Acima, incentivador orientado a fluxo

Incentivadores a Volume X Incentivadores a Fluxo
Fisiologicamente falando, podem haver diferenças nos efeitos obtidos, dependendo do tipo de incentivador utilizado. Dispositivos orientados a volume parecem melhorar a atividade diafragmática e reduzir o trabalho respiratório quando comparados aos dispositivos orientados a fluxo. Pelo menos é o que demonstram as pesquisas realizadas sobre o assunto. Os dispositivos orientados a fluxo possuem algumas desvantagens em relação aos orientados a volume: (1) são menos fisiológicos, (2) geram um fluxo turbulento inicial, (3) causam aumento do trabalho respiratório, e (4) podem causar tosse. Além do que, fornecem somente uma indicação indireta do volume inspirado pelo paciente. Neste caso, o volume inspirado é estimado como o produto do fluxo inspirado multiplicado pelo tempo:
V(L)= Fluxo(cc/seg) X Tempo(seg)/1000
Vale a pena lembrar que apesar do fluxo ser extremamente importante, o que eu preciso de verdade para insuflar meus pulmões é volume de ar preenchendo meus alvéolos. Não adianta nada o paciente gerar um fluxo elevado por pouco tempo – seria o caso de puxar o ar com muita força, levantando as 3 bolinhas em uma manobra de menos de 1 segundo (Fluxo adequado ou alto, porém mobilizando um volume pífio de ar a cada manobra).

Diversos pesquisadores investigaram o trabalho respiratório imposto pelos diferentes incentivadores inspiratórios foi pesquisado. Mang e Obermayer [1] testaram 16 inspirômetros diferentes em condições de laboratório. Os dois modelos de acumuladores de volume testados (Coach 2 e Voldyne 5000) impuseram aproximadamente metade do trabalho dos equipamentos orientados a fluxo (triflo e Lung Volume Exerciser)
Ho et al [2] examinaram o uso de inspirometria de incentivo em pacientes com DPOC e também encontraram melhora do volume e menor trabalho imposto na respiração com os dispositivos orientados a volume, comparados com os orientados a fluxo. Este estudo também demonstrou que 77% dos pacientes pesquisados (n=22) preferiram os equipamentos orientados a volume.
Weindler and Kiefer [3] investigaram o nível de trabalho respiratório imposto em pacientes com cirurgia abdominal alta e torácica (n=30). Eles observaram que inspirômetro a fluxo impôs duas vezes mais trabalho respiratório e concluíram que o equipamento orientado a volume era mais adequado ao período pós-operatório.
Parreira et al. [4] (PESQUISA BRASILEIRA, VIVA OS TUPINIQUINS!!!) examinaram os diferentes volumes correntes e movimentos toraco-abdominais quando utilizados os equipamentos orientados a fluxo e volume (Voldyne e Triflo). Dezesseis indivíduos saudáveis foram testados e o movimento abdominal foi significantemente maior durante o uso dos equipamentos orientados a volume, com aumento dos volumes correntes, whilst increased ribcage activity was seen with flow-orientated incentive spirometry. Em um estudo similar [5] (outra pesquisa brasileira, dá-lhe Brasil!!), dezessete indivíduos saudáveis forma comparados realizando exercícios de respiração profunda, realizando espirometria de incentivo com equipamento orientado a fluxo e inspirometria com dispositivo orientado a volume. Novamente, a inspirometria orientada a fluxo demonstrou aumento na atividade muscular no tórax superior, com pouca diferença nos exercícios de respiração profunda e inspirometria a volume.

O texto acima é a tradução de parte da discussão do artigo Incentive spirometry following thoracic surgery: what should we be doing? Physiotherapy 95 (2009) 76–82 - Referência [6]



REFERÊNCIAS

[1]Mang H, Obermayer A. Imposed work of breathing during sustained maximal inspiration: comparison of six incentive spirometers. Respir Care 1989;34:1122–8.
[2] Ho SC, Chiang LL, Cheng HF, Lin HC, Sheng DF, Kuo HP, et al. The effect of incentive spirometry on chest expansion andwork of breathing in patients with chronic obstructive airways diseases: comparison of two methods. Chang-keng I Hsueh Tsa Chih 2000;23:73–9.
[3] Weindler J, Kiefer R. The efficacy of postoperative incentive spirometry is influenced by the device specific imposed work of breathing. Chest 2001;119:1858–64.
[4]Parreira V, Tomich GM, Britto RR, Sampaio RF. Assessment of tidal volume and thoracoabdominal motion using flow and volume orientated incentive spirometers in healthy subjects. Braz J Med Biol Res 2005;38:1105–12.
[5] Tomich GM, France DC, Diorio ACM, Britto RR, Sampaio RF,Parreira VF. Breathing pattern, thoracoabdominal motion and muscular activity during three breathing Exercises. Braz J Med Biol Res 2007;40:1409–17.
[6] Agostini P, Singh S. Incentive spirometry following thoracic surgery: what should we be doing? Physiotherapy 95 (2009) 76–82

Fonte:O Guia do fisioterapeuta.

Inspirometria de Incentivo parte II. Como utilizar um ispirômetro de incentivo.

Imagine o seguinte cenário:

Você está em uma enfermaria, defrente a um paciente adolescente que acabou de ter alta do CTI após uma cirurgia de artrodese vertebral posterior para correção de escoliose tóraco-lombar(terceiro dia de pós-op). Este paciente ainda está com dreno em região cirúrgica, está evitando ao máximo se movimentar e se queixa de dor quando troca de decúbito e quando se eleva a cabeceira do leito. Você o avalia e não percebe nenhuma alteração respiratória significativa, porém lhe chama a atenção o fato dele recusar-se a realizar uma inspiração profunda alegando sentir dor. Você decide que além da cinesioterapia, é necessário também iniciar exercícios respiratórios para prevenir o surgimento de atelectasia(s).

Avaliação feita, decisão tomada, e agora, como executar? - Este meu questionamento a primeira vista pode parecer ridículo, mas te asseguro que não é. A execução da estratégia terapêutica exige alguns passos, que caso falhem, podem tornar sua estratégia terapêutica tão importante para a reabilitação dele quanto um copo de água com açúcar.


Vejamos 5 passos que considero críticos no caso em questão:

(1) Qual inspirômetro utilizar?
A volume ou a fluxo (se bem da verdade, a gente usa aquele que tiver no hospital)
(2) Qual a freqüência?
O dogma cabalístico da fisioterapia exige 10 repetições 3 vezes ao dia, mas quem te garante que o mais adequado não seriam 13,7 repetições 20 vezes ao dia?

(3) Os exercícios serão supervisionados por profissional da saúde (médico, enfermeira, técnica de enfermagem) ou pela acompanhante?
Isso é importante, visto que adolescentes raramente fazem aquilo que recomendamos, na frequência que recomendamos e da forma que recomendamos . . . e a coisa fica ainda pior se considerarmos um adolescente do sexo masculino infantilizado (ainda mais) pela internação.

(4) Como será realizado o exercício?
Deitado, sentado, de pé, de cabeça pra baixo, ou tanto faz?

(5) Qual será critério para interrupção deste exercício?
Ele precisa continuar fazendo inspirometria o resto da vida? Ou só menquanto estiver acamado? Isso é importante, pois o óbvio é uma coisa meio relativa.

Pois bem, agora que botei algumas minhocas na sua cabeça, vou apresentar uma compilação de recomendações e orientações quanto ao uso correto do inspirômetro de incentivo.




COMO UTILIZAR O INSPIRÔMETRO DE INCENTIVO

(1) Explique ao paciente (e /ou ao acompanhante) o que é o inspirômetro de incentivo.
A comunicação terapeuta paciente é fundamental em qualquer tratamento. Se estiver lidando com crianças, adolescentes ou pacientes adultos/idosos com déficit cognitivo, certifique-se que o acompanhante entenda o uso do equipamento, e a cada novo acompanhante, um novo treinamento se fará necessário.
Explique o que é e para que serve o inspirômetro de incentivo. Deixe-o examinar o equipamento, e se possível, treine a sua utilização com o paciente antes da cirurgia. Isto é importantíssimo, pois neste momento o paciente estará mais receptivo e principalmente: sem dor.
Explique ao paciente que o motivo da inspirometria é ajudar a encher plenamente os pulmões, alguns (muitos) pacientes acham que devem assoprar. Minha dica é dizer que eles precisam "puxar o ar, como se estivessem bebendo refrigerante no canudinho".

(2) Treine o uso do inspirômetro
A utilização correta exige a seguinte sequência:

Posicionamento do paciente
O ideal é que o paciente esteja sentado, com as pernas para fora do leito e os pés apoiados. Porém nem sempre isso é possível, assim, posicione-o o mais ereto possível e aos poucos tente progredir para a posição sentada.

Posicionamento do equipamento
O paciente deve segurar o equipamento na vertical, sem permitir inclinações, e na altura dos olhos para que possa visualizar os marcadores.

Respiração
1- Feche os lábios firmemente ao redor do bucal de forma a evitar passagem de ar.
2- Puxe o ar lenta e profudamente pela boca , sempre tenatando enxer os pulmões ao máximo. (Mostre ao paciente o que acontece com o pistão e/ou bolinhas e marcadores do inspirômetro quando ele puxa o ar)
3- Quando sentir que já enxeu o pulmão, prenda a respiração por 3-5 segundos, tire a boca do bucal e solte o ar lentamente.
Importante I: O paciente pode queixar-se de tontura, neste caso, permita-o respirar normalmente algumas vezes entre um exercísio e outro. Se você quiser, pode aproveitar e Solicitar ao paciente que tussa após algumas repetições.
Importante II: Se estiver utilizando um equipamento orientado a fluxo, não permita ao paciente fazer inspirações bruscas (pouco volume), pois levantar as três bolinhas em um único suspiro não é sinal de melhora. A expansão pulmonar vai acontecer com inspirações lentas que mantêm a(s) bolas bastante tempo elevadas.

(3) FREQUÊNCIA
O guideline da American Association of Respiratory Care cita que a literatura sugere que os pacientes realizem de 5-10 respirações com inspirômetro a cada hora em que estiver acordado. Este guideline é para prevenção de atelectasias. De fato, se o objetivo é preventivo, esta me parece uma frequência adequada. Caso o paciente esteja atelectasiado... bem, existem controvérsias a respeito e prefiro deixar para discutir este assunto em uma outra postagen.

(4) SUPERVISÃO
O Paciente não precisa ser supervisionado cada vez que for utilizar o inspirometro de incentivo, porém certifique-se de que o paciente entendeu bem e se é capaz de seguir as orientações corretamente.


Fonte http://fisioterapiahumberto.blogspot.com O guia do fisioterapeuta

Inspirometria de Incentivo Parte III. Diretrizes clínicas

Nesta terceira postagem sobre inspirometria de incentivo deixarei a tradução livre da diretriz clínica da Associação Norte Americana de Cuidados Respiratórios (American Association for Respiratory Care).
Este é um texto extremamente técnico, que aborda desde as indicações até a higienização do equipamento. Apesar de ser de 1991, acredito que ainda esteja atualizado, pois não creio que tenha aparecido muita coisa nova sobre o tema neste meio tempo. De qualquer forma ainda me parece bastante coerente com a prática clínica.
Quem quiser conferir o texto original em inglês, basta acessar o link da AARC
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DIRETRIZES CLÍNICAS DA AARC - INSPIROMETRIA DE INCENTIVO

1.0 - PROCEDIMENTO:

A inspirometria de incentivo, também denominada como inspiração máxima sustentada (IMS), é um componente da terapia de higiene brônquica (1-3).

2,0 - DESCRIÇÃO / DEFINIÇÃO:

2,1. A inspirometria de incentivo foi desenvolvida para mimetizar o bocejar ou o suspiro natural, incentivando o paciente a realizar inspirações lentas e profundas. (1,2,4,5) Isto é feito usando um equipamento que fornece aos pacientes informação visual, ou outro feedback positivo quando inalam um fluxo ou volume pré-determinado e mantém esta inalação por um mínimo de 3 segundos. (2,3,5-7)
Os objetivos deste procedimento são: aumentar a pressão transpulmonar e os volumes inspiratórios, melhorar o desempenho dos músculos inspiratórios, (8) e restabelecer ou simular o padrão normal de hiperinsuflação pulmonar (3), quando o procedimento é repetido de forma regular, a patência das vias aéreas pode ser mantida e a atelectasia pulmonar prevenida e revertida. (1-3,5,6,9,10)

2.2. A inspirometria de incentivo não deve ser confundida com manobras expiratórias (tais como o uso de garrafas de sopro), as quais não mimetizam o suspiro e têm sido associadas com a produção de volumes pulmonares reduzidos. (5,6)
[Nota do tradutor: Neste momento, o guideline quer enfatizar que estas manobras não são a mesma coisa. Os efeitos da tal “garrafa de sopro” podem ser comparada a prática de pedir pro paciente encher bexigas de aniversário.


3.0 CENÁRIO:

3,1 Cuidados intensivos (UTI)
3,2 Pacientes Internação devido quadros agudos
3,3 Cuidados prolongados
3,4 Home Care (8)

4,0 INDICAÇÕES:

4,1 Presença de condições predisponentes para o desenvolvimento de atelectasia pulmonar
4.1.1 - Cirurgia abdominal superior (2,4,9-14)
4.1.2 - Cirurgia torácica (9,10,13-15)
4.1.3 - Cirurgia em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (7,13-15)
4,2 Presença de atelectasia pulmonar (16)
4,3 Presença de condição restritiva associada a tetraplegia e / ou disfunção do diafragma. (6,8,14,17,18)

5.0 CONTRA-INDICAÇÕES:

5,1 Pacientes que não podem ser instruídos ou supervisionados no uso adequado do dispositivo.
5,2 Ausência de cooperação do paciente (2,16) ou paciente incapaz de compreender ou demonstrar o uso correto do dispositivo (16).
5,3 É contra-indicado em doentes com dificuldade em respirar fundo efetivamente (por exemplo, com capacidade vital [CV] menor do que cerca de 10 ml / kg ou capacidade inspiratória [CI] inferior a um terço do previsto).
5,4 A presença de um estoma traqueal aberto não é uma contra-indicação, mas exige uma adaptação do inspirômetro.

6.0 RISCOS E COMPLICAÇÕES:

6,1 Ineficaz a menos que supervisionado ou executado conforme requisitado (6)
6,2 Inadequados como único tratamento para consolidação ou grande colapso pulmonar
6,3 Hiperventilação
6,4 Barotrauma (enfisema pulmonar) (19)
6,5 Desconforto secundário ao controle inadequado da dor (15,18)
6,6 Hipóxia secundária à interrupção da terapêutica prescrita, principalmente se oxigênioterapia estiver sendo usada.
6,7 Exacerbação do broncoespasmo
6,8 Fadiga (20,21)

7.0 LIMITAÇÕES DO MÉTODO:

Evidências sugerem que a respiração profunda sozinha, mesmo sem dispositivos auxiliares de mecânica pode ser tão benéfica quanto a inspirometria de incentivo na prevenção ou reversão de complicações pulmonares, (1-5). Existem controvérsia quanto ao uso excessivo do procedimento. (1,4,6)

8,0 AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE:

8,1 Procedimento cirúrgico envolvendo parte superior do abdômen ou do tórax (4,5)
8,2 Condições predisponentes para o desenvolvimento de atelectasias, incluindo a imobilidade no leito, o controle inadequado da dor e cintas abdominais
8,3 Presença de doença neuromuscular que envolvem a musculatura respiratória (8)

9.0 AVALIAÇÃO DO RESULTADO:

9,1 Sinais de resolução ou de melhora da atelectasia
9.1.1 Redução da freqüência respiratória (16,17)
9.1.2 Resolução de febre (2,18)
9.1.3 Frequência cardíaca normal (14)
9.1.4 ausência de crepitações (estertores) (20) ou a presença ou melhora nos ruídos respiratórios anteriormente ausentes ou diminuídos
9.1.5 Radiografia torácica normal (2)
9.1.6 Melhora na tensão arterial de oxigênio (PaO2) e diminuição do gradiente alvéolo- arterial de tensão de oxigênio ou P(A-a) O2 (1,3,4,9,10)
9.1.7 Aumento da Capacidade Vital (CV) e do pico de fluxo expiratório (4,16,17)
9.1.8 Retorno da capacidade residual funcional (CRF), ou da CV a valores pré-operatórios, (15-17), na ausência de ressecção pulmonar.

9,2 Melhora do desempenho dos músculos inspiratórios
9.2.1 Recuperação dos níveis pré-operatórios de fluxo e volume (1)
9.2.2 Aumento da Capacidade Vital Forçada (CVF)


10,0 RECURSOS:

10.1 Equipmento
10.1.1 inspirômetro de incentivo
10.1.2 Faltam evidências conclusivas que apoiem a utilização de um tipo ou marca de dispositivo de inspirometria de incentivo em detrimento de outros (20,22)

10,2 Pessoal
10.2.1 pessoal de Nível I deve possuir
10.2.1.1 Domínio das técnicas operacionais e de aplicação clínica do dispositivo (6) e compreensão da importância do alívio da dor efetivo no período pós-operatório (15,16,18) e da ausência de outros impedimentos à cooperação do paciente (como deficiência sensorial e efeitos residuais da anestesia (12,17))
10.2.1.2 Capacidade de instruir paciente na técnica de utilização correta (2,6) e uma compreensão da importância do ensino pré-operatório e da prática supervisionada
10.2.1.3 Capacidade de resposta adequada aos efeitos adversos
10.2.1.4 Conhecimento e capacidade de implementar Precauções Universais

10.2.2 Pessoal de Nível II, além de possuir conhecimentos e habilidades descritas nos itens 10.2.1.1-10.2.1.4, deve também ter demonstrado capacidade para avaliar a necessidade do paciente e a resposta à terapia e recomendada modificações e descontinuidade, conforme o caso.
Nota do tradutor: Nos EStados Unidos existem algumas categorias profissionais que não existem no Brasil, como por exemplo o fisioterpaeuta assistente. Acredito que seja esta a referência ao pessoal de nível I e II feita no texto acima.

11,0 MONITORIZAÇÃO:

A supervisão direta do desempenho de cada paciente não é necessária caso o paciente tenha demonstrado domínio da técnica; (6,16,23) Entretanto, a instrução pré-operatória, as metas em relação ao volume, e o feedback são essenciais para o desempenho ideal.
11,1 observação do desempenho do paciente e utilização
11.1.1 freqüência das sessões (16)
11.1.2 número de respirações / sessão (16)
11.1.3 Objetivos alcançados em termos de volume ou fluxo inspiratório (16) e a também a pausa respiratória de 3 a 5 segundos.
11.1.4 Esforço / motivação (16)
11,2 Observação periódica da adesão do paciente à técnica, (6,16,23), com instrução adicional, sempre que necessário.
11,3 Dispositivos ao alcance do paciente (5) e paciente incentivado a realizar os exercícios de forma independente
11,4 Novos e maiores volumes inspiratórios estabelecidos a cada dia
11,5 sinais vitais

12,0 FREQÜÊNCIA:

Alguns autores sugerem que o paciente realize no mínimo de 5 a10 respirações por sessão, sendo cada sessão repetida a cada hora enquanto acordado (isto é, 100 vezes por dia). (2,7,19) O cuidador não precisa estar presente em cada sessão, e o paciente deve ser encorajado a executar a inspirometria de forma independente.


13,0 CONTROLE DE INFECÇÃO:

13,1 Precauções universais (24)
13,2 Rotulagem e armazenamento adequado dos aparelhos entre os usos e também limpeza adequada dos aparelhos entre os pacientes (25)


REFERÊNCIAS

1.Bartlett RH Krop P, Hanson EL, Moore FD. Physiology of yawning and its application to postoperative care. Surg Forum 1970;21:223-224.
2.Craven JL, Evans GA, Davenport PJ, Williams RHP. The evaluation of incentive spirometry in the management of postoperative pulmonary complications. Br J Surg 1974;61:793-797.
3.Darin J. Effectiveness of hyperinflation therapies for the prevention and treatment of postoperative atelectasis. Curr Rev Respir Ther 1984;12:91-95.
4.Meyers JR, Lembeck L, O'Kane H, Baue AE. Changes in residual capacity of the lung after operation. Arch Surg 1975;110:567-583.
5.Petz TJ. Physiologic effects of IPPB, blow bottles and incentive spirometry. Curr Rev Respir Ther 1979;1:107-111.
6.Scuderi J, Olsen GN. Respiratory therapy in the management of postoperative complications. Respir Care 1989;34:281-291.
7.Dohi S, Gold MI. Comparison of two methods of postoperative respiratory care. Chest 1978;73:592-595.
8.Walker J, Cooney M, Norton S. Improved pulmonary function in chronic quadriplegics after pulmonary therapy and arm ergometry. Paraplegia 1989;27:278-283.
9.Iverson LIG, Ecker RR, Fox HE, May IA. A comparative study of IPPB, the incentive spirometer, and blow bottles: the prevention of atelectasis following cardiac surgery. Ann Thorac Surg 1978; 35:197-200.
10.Celli BR, Rodriguez KS, Snider GL. A controlled trial of intermittent positive pressure breathing, incentive spirometry, and deep breathing exercises in preventing pulmonary complication after abdominal surgery. Am Rev Respir Dis 1984;130:12-15.
11.Jung R, Wright J, Nusser R, Rosoff L. Comparison of three methods of respiratory care following upper abdominal surgery. Chest 1980;78:31-35.
12.Lyager S, Wernberg M, Ragani N, Boggold-Madsen B, Nelsen B, Nelsen HC, et al. Can postoperative pulmonary conditions be improved by treatment with the Bartlett-Edwards incentive spirometer after upper abdominal surgery? Acta Anaesth 1979;23:312-319.
13.Indihar FJ, Forsberg DP, Adams AB. A prospective comparison of three procedures used in attempts to prevent postoperative pulmonary complications. Respir Care 1982;27:564-568.
14.Anderson WH, Dossett BE, Hamilton GL. Prevention of postoperative pulmonary complications. JAMA 1963;186:103-106.
15.Sabaratnam S, Eng J, Mearns AJ. Alterations in respiratory mechanics following thoracotomy. J R Coll Surg Edinb 1990;35:144-150.
16.Bartlett RH. Respiratory therapy to prevent pulmonary complications of surgery. Respir Care 1984;29:667-679.
17.Stock MC, Downs JB, Gauer PK, Alster JM, Imrey PB. Prevention of postoperative pulmonary complications with CPAP, incentive spirometry, and conservative therapy. Chest 1985;87:151-157.
18.Jenkins SC, Soutar SA, Loukota JM, Johnson LC, Moxham H. Physiotherapy after coronary artery surgery: are breathing exercises necessary? Thorax 1989;44:634-639.
19.Colgan FJ, Mahoney PD, Fanning GL. Resistance breathing (blow bottles) and sustained hyperinflations in the treatment of atelectasis. Anesthesiology 1970;32:543-550.
20.Mang H, Obermayer A. Imposed work of breathing during sustained maximal inspiration: comparison of six incentive spirometers. Respir Care 1989; 34:1122-1128.
21.Jones FL. Increasing postoperative ventilation: a comparison of five methods. Anesthesiology 1962; 29:1212-1214.
22.Lederer DH, Vandewater JM, Indech RB. Which breathing device should the preoperative patient use? Chest 1980;77:610-613.
23.Rau JL, Thomas L, Haynes RL. The effect of method of administering incentive spirometry on postoperative pulmonary complications in coronary artery bypass patients. Respir Care 1988;33:771-778.
24.Centers for Disease Control. Update: universal precautions for prevention of transmission of human immunodeficiency virus, hepatitis B virus, and other bloodborne pathogens in health care settings. MMWR 1988;37:377-388.
25.Boyce JM, White RL, Spruill EY, Wall M. Cost-effective application of the Centers for Disease Control guidelines for prevention of nosocomial pneumonia. Am J Infect Control 1985;3:228-232.


Fonte: http://fisioterapiahumberto.blogspot.com

Bolas Suíças e Fisioterapia pediátrica.


Algum tempo atrás, fiz uma pesquisa na internet em busca de artigos e fotos de manuseios de fisioterapia com bolas suíças para o tratamento de crianças. Encontrei dezenas de artigos sobre . . . fitness, alguns poucos sobre neuro adulto e praticamente nada para crianças.
Como eu já estava com este material em mãos, resolvi escrever algumas linhas que se transformaram em parágrafos e depois nesta humilde e breve revisão sobre Bola Suíça.
Espero que gostem.

A Bola Suíça é um recurso terapêutico amplamente utilizado por fisioterapeutas no mundo inteiro, sendo empregada no tratamento de pacientes com as mais variadas condições. As bolas Suíças são esferas infláveis fabricadas em vinil de alta resistência. Estas bolas são conhecidas por diversos nomes; entre eles: Bola Bobath, Bola de Estimulação, Bola Terapêutica, Gym, Yoga ou Fitness Ball, e mais recentemente também como Bola Pilates.
Devido à sua versatilidade, as Bolas Suíças podem ser utilizadas no processo de reabilitação de pacientes com lesão neurológica, ortopédica, em geriatria, para o condicionamento físico (fitness), e também em alguns pacientes ainda na Unidade de Terapia Intensiva. Sua indicação mais clássica é para o tratamento de crianças com disfunções neuromotoras, sendo que muitas pessoas associam a Bola Suíça à fisioterapia pediátrica quase como se fossem sinônimos. Não é a toa que ela é conhecida como Bola Bobath.
Curiosamente, ao contrário do que seu nome sugere, este equipamento foi originalmente desenvolvido na Itália em 1963 como um brinquedo chamado de Pezzi Ball. A denominação de Bola Suíça provavelmente se originou de fisioterapeutas Norte-Americanos que aprenderam sobre os princípios dos exercícios com bolas desenvolvidos por Susanne Klein-Vogelbach (sendo ela própria Suíça) enquanto trabalhavam ou estudavam na Europa. A Dra Klein-Vogelbach e seus alunos de fisioterapia analisaram e descreveram os exercícios com bolas que tinham como meta estimular movimentos e reações de equilíbrio especialmente em crianças com paralisia cerebral.
A liberdade de movimentos proporcionada pelo deslocamento da bola ao redor de um ponto central no solo oferece ao fisioterapeuta a possibilidade de desafiar o equilíbrio, a coordenação e a força muscular do paciente em uma variedade espantosa de manuseios. O grau de ativação muscular necessária para manter o equilíbrio e completar o exercício proposto sobre uma base instável é muito maior do que o mesmo exercício realizado sobre o solo. Entretanto, nem todos os manuseios impõem um grau de dificuldade ao paciente. Com a Bola também é possível facilitar alguns movimentos de tronco, extremidades e cabeça. Estas facilitações são particularmente úteis em crianças com disfunção neuromotora.
Quando se faz uso da Bola Suíça para o tratamento de crianças é preciso ter em mente que o objetivo final de qualquer programa de reabilitação é reduzir os efeitos das incapacidades físicas, psicológicas e intelectuais, tornando o indivíduo o mais funcional possível. Não raro, o tratamento destas crianças estende-se por anos a fio e, naturalmente o ambiente terapêutico deve ser motivador e estimulante. Neste sentido, as atividades terapêuticas desenvolvidas com a Bola Suíça podem vir a oferecer uma alternativa lúdica capaz de combinar terapia e diversão. Crianças gostam de novidades, e crianças com disfunções neuromotoras não são exceção.
As bolas Suíças são extremamente versáteis, permitindo inúmeras variações e adaptações nos exercícios, podendo ser usadas em conjunto com bancos, rolos e mesmo duas bolas simultaneamente. Adquirir um entendimento da adequado da bola e de como utilizá-la permite ao fisioterapeuta escolher ou criar os exercícios que satisfaçam as necessidades de seus pacientes. Neste sentido, uma das poucas regras que devem ser seguidas ao se trabalhar com bolas é que não é o paciente que deve se adaptar ao exercício, mas sim o exercício que deve se adaptar ao paciente (palavras da própria Susanne Vogelbach ) .


A Bola Suíça possui duas características que garantem a sua versatilidade como recurso terapêutico:
(1) Sua forma arredondada, a qual permite que seja rolada em qualquer direção, e
(2) O seu tamanho, o qual garante uma área de superfície ampla o suficiente para trabalhar com o paciente sentado ou mesmo deitado sobre a bola.
As atividades desenvolvidas sobre uma superfície instável estimulam a integração de informações visuais, vestibulares e somatossensoriais. As respostas motoras obtidas durante o manuseio podem ser direcionadas de modo a facilitar as reações de equilíbrio, de proteção, os ajustes posturais; ou simplesmente direcionadas para o ganho de força muscular.

Cuidados para a Prática Segura
Existem alguns cuidados que devem ser respeitados em relação ao atendimento de crianças utilizando as Bolas Suíças. Uma vez que as bolas podem rolar para todas as direções, os fisioterapeutas devem estar atentos o tempo todo a segurança dos pacientes. È também importante estará tentos a algumas precauções e contra-indicações.

=== O atendimento deve ser realizado preferencialmente em ambiente com piso antiderrapante. Caso o local não conte com esta infra estrutura, pode-se utilizar tatames emborrachados ou colchonetes antiderrapantes. Este cuidado é importante uma vez que os pisos de cerâmica fazem com que a bola deslize, dificultando o controle da bola e conseqüentemente pondo em risco a segurança do paciente.
=== O tamanho da bola será determinado pelo tipo de manuseio a ser utilizado. De modo geral, as bolas de 60cm ou maiores permitem que crianças sejam estimuladas na postura sentada e também realizem transferências de sentado para deitado por sobre a bola (naturalmente, esse manuseio depende do tamanho da criança) Entretanto, se o objetivo for desenvolver um trabalho onde a criança precise sentar-se e apoiar os pés no solo, neste caso uma bola menor deve ser utilizada. O diâmetro deve ser aquele que permita à criança sentar-se formando um ângulo de 90º de flexão de quadris e joelhos.
=== É importante inflar as bolas até que fiquem firmes. Assim poderão rolar facilmente. Para isto, podem ser usados compressor de ar, uma bomba de inflar ou o próprio pulmão do estagiário; o que for mais fácil.
=== Pacientes com Derivações Ventriculares devem evitar posições que tendam à manter a cabeça abaixo do tronco. Em
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outras palavras: Devem permanecer sempre com a cabeça elevada durante os manuseios.
=== Pacientes gastrostomizados não devem ser posicionados em prono sobre a bola, a não ser que você tenha muita segurança no que está fazendo.
=== Embora as Bolas Suíças sejam um atrativo para muitas crianças, existem aquelas que se apavoram com a instabilidade gerada pela bola. Pacientes com medo não devem ser forçados a permanecer na bola.
=== As Bolas Suíças devem ser mantidas sempre limpas para evitar o risco de contaminação.

Fonte: O Guia do Fisioterapeuta