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segunda-feira, 12 de março de 2012

Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais femininas

Você conhece as áreas de atuação da Fisioterapia?

Infelizmente, muitos ainda não e consequentemente sofrem durante anos sem saber que há um tratamento.
Uma das abordagens fisioterapêuticas se concentra na sexualidade humana, reabilitando afecções que acometem os segmentos responsáveis por esta ou visando objetivos preventivos.
Abaixo segue o resumo do artigo publicado na Revista de Neurociências:

"Antonioli RS, Simões D. "Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais femininas."

As disfunções sexuais constituem um problema que afeta a qualidade de vida de muitas mulheres. Dentre elas destacamos a dor pélvica
crônica, a anorgasmia secundária, o vaginismo e a dispareunia como
as principais manifestações anormais mais comumente encontradas.
É importante ressaltar que a incidência das disfunções é difícil de ser
determinada visto que muitas mulheres não procuram atendimento.
Em contrapartida, as que se mobilizam e vão a uma consulta, têm
encontrado poucas opções de tratamento, não incentivando as que
não buscam. Com isso, a fisioterapia começa a despontar como uma
nova alternativa para amenizar o problema. Assim, o objetivo desse
artigo é descrever as principais alternativas fisioterapêuticas que visam
minimizar as disfunções sexuais mais encontradas nas mulheres. Para
tal, foi realizada uma revisão da literatura incluindo livros, periódicos,
impressos e eletrônicos de 1993 a 2008 para embasamento do artigo.
Observou-se que a fisioterapia constitui uma opção viável e que, juntamente com as outras opções terapêuticas pode auxiliar no restabelecimento de uma vida sexual saudável das mulheres afetadas.

Veja o artigo na integra através do link ao lado: Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais femininas.

Esta postagem apresenta apenas o caráter pedagógico. Para mais informações ou dúvidas procure um profissional.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

REIKI

A Era das terapias alternativas está à nossa porta ! E, um dos destaques dentre elas é o REIKI.
Reiki é uma palavra japonesa que significa “Energia Vital Universal”. O Reiki não é uma religião e nem uma crença.

REIKI é uma técnica japonesa para a canalização de Energia Vital Universal. É uma Terapia Energética Natural que além de ativar glândulas, órgãos, sistema nervoso e imunológico, auxilia no tratamento do estresse e da depressão. Por tratar o estresse, o REIKI está se tornando muito conhecido e usado em todo o mundo. É ainda excelente para o alívio de dores e para todos os tipos de doenças físicas e mentais.

Albert Einstein elaborou a teoria do campo unificado, demonstrando a existência de uma energia que é a força diretora de todas as coisas do Universo. É o éter de Paracelso e dos antigos Rosacruzes. Através de equações matemáticas, unificou a força gravitacional e a eletromagnética em uma relação que explica muito do que vemos ao nosso redor, Segundo ele, a nível desse plano energético (etérico), que os cientistas modernos chamam de hiper espaço, o tempo e o espaço não se manifestam da mesma maneira que no plano físico, onde só existem por serem originados dessa mesma energia.

Como os nossos corpos físicos são compostos de energia, e nós sabemos que onde existe energia existe mudança, canalizando-a para seu próprio corpo ou para alguém, você estará ajudando a trazer mudanças necessárias para que aconteça a cura. A beleza do REIKI está na sua integralidade e simplicidade. Tanto um doutor quanto um analfabeto podem ser canais de REIKI. Você participa de um curso num final de semana e já pode trabalhar com a energia. É uma energia inteligente e que não carece de diagnóstico. Um dos maiores benefícios do REIKI é a possibilidade do autotratamento que pode acontecer em qualquer lugar.

Segundo ele, energia e matéria são manifestações diferentes dessa energia primordial etérica. Essa energia etérica é um ponto de liga subatômico, um meio que permite a metamorfose em contínuo movimento de partícula para onda e de onda para partícula. Einstein criou, assim, as bases científicas da Física Quântica.

Diz Einstein que toda matéria é energia e que toda energia é constituída por fótons, que é uma das últimas partículas subatômicas descobertas pela física quântica. O fóton tem uma característica rara, se comparado com outras partículas subatômicas: ele se comporta simultaneamente como partícula e como onda. O fóton é luz, logo toda energia é luz, é vibração.

Isto explica o por que os cadáveres não apresentem um campo energético, pois não há nada estimulando este átomo. O processo que gerá o fóton devido ao efeito sobre o átomo, o caminho inverso também é possível, através do campo energético do átomo alteramos a sua ação repercutindo na sua energia liberada.


O REIKI não pode substituir a medicina, mas em muitos casos proporciona resultados que a medicina não consegue. Pode ser aplicado, também, à distância como se fossem ondas radiofônicas. Pode ser enviado para um trauma do passado reprogramando o dano emocional, tanto quanto ser programado para atuar num evento futuro. Proporciona expansão de consciência, na medida em que promove um salto quântico, um aumento de frequência vibratória. REIKI é um método científico de cura reconhecido pela OMS. Existem cursos para se tornar um canal de REIKI. Nesses cursos de formação, através de rituais de iniciação, a pessoa estará apta para a prática do REIKI.

Pesquisas recentes comprovam efeitos benéficos e até encontram explicações científicas para acupuntura e reiki. Estudos sobre o assunto, antes restritos às universidades orientais, ganharam espaço entre pesquisadores americanos, europeus e até brasileiros. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou uma denominação especial para esses métodos: são as terapias integrativas.

Um artigo exmecanismo da acupuntura contra a dor foi publicado por pesquisadores da Universidade de Rochester na revista Nature Neuroscience em 30 de maio. Criada há quatro mil anos, a prática consiste na aplicação de agulhas em pontos do corpo. Pela explicação tradicional, ela ativa determinadas correntes energéticas para equilibrar a energia do organismo.

Cientificamente, as agulhas teriam efeitos no sistema nervoso central (cérebro e espinha dorsal). As células cerebrais são ativadas e liberam endorfina, um neurotransmissor responsável pela sensação de relaxamento e bem-estar. O estudo dos nova-iorquinos descobriu uma novidade: a terapia, que atinge tecidos mais profundos da pele, teria efeitos no sistema nervoso periférico. As agulhas estimulam também a liberação de outro neurotransmissor, a adenosina, com poder antiinflamatório e analgésico.

No experimento com camundongos com dores nas patas, cientistas aplicavam as agulhas no joelho do animal. Eles constataram que o nível de adenosina na pele da região era 24 vezes maior do que o normal e que houve uma redução do desconforto em dois terços.

A equipe tentou potencializar a eficácia da terapia, colocou um medicamento usado para tratar câncer nas agulhas. A droga aprimorou o tratamento: o nível de adenosina e a duração dos efeitos no organismo dos aniamis praticamente tripliquase triplicou e o tempo de duração dos efeitos no organismo dos ratos também triplicou. Mas este método não poderia ser feito em humanos porque o medicamento ainda não é usado clinicamente. “O próximo passo é testar a droga em pessoas, para aperfeiçoá-la ou para encontrar outras drogas com o mesmo efeito”, diz Maiken Nedergaard, coordenadora do estudo.


REIKI

Seus praticantes acreditam nos efeitos benéficos da energia das mãos do terapeuta colocadas sobre o corpo do paciente contra doenças. Para entender as alterações biológicas do reiki, o psicobiólogo Ricardo Monezi testou o tratamento em camundongos com câncer. “O animal não tem elaboração psicológica, fé, crenças e a empatia pelo tratador. A partir da experimentação com eles, procuramos isolar o efeito placebo”, diz. Para a sua pesquisa na USP, Monezi escolheu o reiki entre todas as práticas de imposição de mãos por tratar-se da única sem conotação religiosa.

"impostação” teve o tratamento tradicional sempre pelas mãos da mesma pessoa.

No experimento, a equipe de pesquisadores dividiu 60 camundongos com tumores em três grupos. O grupo controle não recebeu nenhum tipo de tratamento; o grupo “controle-luva” recebeu imposição com um par de luvas preso a cabos de madeira; e o grupo

Depois de sacrificados, os animais foram avaliados quanto a sua resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir tumores. Os resultados mostraram que, nos animais do grupo “impostação”, os glóbulos brancos e células imunológicas tinham dobrado sua capacidade de reconhecer e destruir as células cancerígenas.

“Não sabemos ainda distinguir se a energia que o reiki trabalha é magnética, elétrica ou eletromagnética. Os artigos descrevem- na como ‘energia sutil’, de natureza não esclarecida pela física atual”, diz Monezi. Segundo ele, essa energia produz ondas físicas, que liberam alguns hormônios capazes de ativar as células de defesa do corpo. A conclusão do estudo foi que, como não houveram diferenças significativas nos os grupos que não receberam o reiki, as alterações fisiológicas do grupo que passou pelo tratamento não são decorrentes de efeito placebo.

A equipe de Monezi começou agora a analisar os efeitos do reiki em seres humanos. O estudo ainda não está completo, mas o psicobiólogo adianta que o primeiro grupo de 16 pessoas, apresenta resultados positivos. “Os resultados sugerem uma melhoria, por exemplo, na qualidade de vida e diminuição de sintomas de ansiedade e depressão”. O trabalho faz parte de sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).

E esses não são os únicos trabalhos desenvolvidos com as terapias complementares no Brasil. A psicobióloga Elisa Harumi, avalia o efeito do reiki em pacientes que passaram por quimioterapia; a doutora em acupuntura Flávia Freire constatou melhora de até 60% em pacientes com apnéia do sono tratados com as agulhas, ambas pela Unifesp. A quantidade pesquisas recentes sobre o assunto mostra que a ciência está cada vez mais interessada no mecanismo e efeitos das terapias alternativas.



Há uma infinidades de artigos de caráter científico sobre REIKI e toque terapêutico em base de dados científicos. www.scielo.com www.bireme.com

Busquem, pesquisem e formulem conceitos, sendo estes a favor ou não da ideia proposta, evitando assim o grande mau da humanidade " Criticar e não acreditar em algo que estes não estudaram." Ficadica

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Tratamento Fisioterapêutico no Traumatismo Raquimedular

As lesões medulares traumáticas são eventos catastróficos, cujas causas mais freqüentes são acidentes com veículos, ferimentos por arma de fogo, quedas (em atividades recreativas ou esportivas).1 A incapacidade resultante de agressão à medula espinhal ocorre mais freqüentemente nos jovens de nossa sociedade e é mais comumente resultado de traumatismos forçados.2


As fraturas da coluna são freqüentes na maioria dos serviços de neurocirurgia. Ocorrem aproximadamente 60 a 70 casos por 100.000 habitantes por ano, e 10% desses pacientes apresentam déficit neurológico. No Brasil, aproximadamente 140.000 fraturas de coluna a cada ano com 14.000 casos com déficit neurológico.

A coluna cervical é a mais comprometida e os pacientes envolvidos geralmente apresentam idades entre 15 e 35 anos. A reabilitação desses pacientes foi aprimorada nos últimos 40 anos e aumentou dramaticamente a sobrevivência e qualidade de vida. 3

Nos tipos de lesões traumáticas, incluem-se:

CHOQUE MEDULAR – É a perda de todas as funções neurológicas abaixo do nível da lesão medular, o que representa interrupção fisiológica, e não anatômica, da medula espinhal. Caracteriza-se por paraplegia flácida e ausência de atividade reflexa. A duração não costuma ser superior a 48 horas, mas pode persistir várias semanas. O retorno de atividades reflexas indicam o fim do choque medular. A ausência do retorno da motricidade ou sensibilidade abaixo do nível da lesão, após o choque medular, é indicativo de lesão irreparável.1



LESÃO MEDULAR COMPLETA- As funções motora e sensitiva estão ausentes abaixo do nível da lesão.1

LESÃO MEDULAR INCOMPLETA – Há alguma função motora ou sensitiva abaixo do nível da lesão.1

SÍNDROME MEDULAR ANTERIOR – A mais comum das lesões medulares medulares incompletas, caracterizada pela perda dos movimentos voluntários e da sensibilidade dolorosa, com preservação da sensibilidade tátil e vibratória. Geralmente ocasionada por lesão da artéria espinhal anterior.1

SÍNDROME MEDULAR POSTERIOR – Rara; particularizada pela perda da sensibilidade tátil e vibratória, com preservação da motricidade e sensibilidade dolorosa.1

SÍNDROME CENTRAL DA MEDULA – Costuma surgir na medula cervical, nas lesões por hiperextensão, em pacientes com espondilose preexistente. Caracteriza-se por tetraparesia de predomínio distal de membros superiores e anestesia suspensa (predomínio nos membros superiores e tórax, podendo estar preservada nos membros inferiores).1

SÍNDROME DE BROWM – SÉQUARD – Hemissecção da medula, que tem como principal etiologia os ferimentos penetrantes. Caracteriza-se por alterações da motricidade e sensibilidade profunda no mesmo lado da lesão e da sensibilidade dolorosa e térmica contralateral.1

SÍNDROME DO CONE MEDULAR – particulariza-se pela ausência da sensibilidade perineal, com perda de controle dos esfíncteres e alteração motora distal dos membros inferiores.1

Na fase aguda, o fisioterapeuta tem a meta primária de facilitar uma transição eficiente do paciente para a fase de reabilitação intensiva, tendo como proposta terapêutica: posicionamento correto; mudanças periódicas de decúbito; mobilização passiva e estiramentos suaves; iniciação gradual do ortostatismo; assistência respiratória; e orientação familiar.1

Na fase de reabilitação intensiva, o programa de reabilitação do lesado medular visa adequá-lo à utilização de todo o seu potencial funcional até o nível máximo de independência possível. A fisioterapia engloba, nesta fase, diversas atividades que devem ser adequadas às necessidades e potencialidades de cada paciente:

Relaxamento Muscular. Podemos considerá-lo como uma preparação do músculo para responder adequadamente às solicitações posteriores durante as atividades motoras, sendo necessário adotar posturas de relaxamento dos quatro membros em atitude de semiflexão e realizar mobilizações, respeitando o arco de movimento, de forma suave e lenta para não desencadear atividade reflexa indesejada, nem provocar lesões articulares. 1

Os movimentos passivos são essenciais para todas as articulações do membro superior sobre o qual o paciente não tem controle voluntário. A não ser que grande cuidado seja tomado, a amplitude de movimento das mãos é rapidamente perdida. Se o bíceps for ativo, mas o tríceps estiver paralisado, então a contratura ou flexão do cotovelo poderá constituir um problema. 4

Fortalecimento Muscular. O fortalecimento muscular é imprescindível ao processo de reabilitação do lesado medular, pois a independência também está sujeita ao preparo de toda a musculatura preservada. A estimulação dos grupos musculares preservados visa alcançar o potencial funcional do paciente, porém este trabalho de fortalecimento deve ser efetuado de forma cuidadosa, a fim de se evitar a instalação de deformidades por desequilíbrio muscular. O tipo de contração muscular utilizado na terapia pode ser isotônica (dinâmica), e isométrica (estática).1

Nos pacientes paraplégicos, o trabalho de fortalecimento dos membros superiores deve ser iniciado, já na fase aguda, para a realização das transferências, mudanças de decúbito, uso de cadeira de rodas ou órteses.5

Exercícios de Reeducação Neuromuscular. Toda a musculatura parética, visando a facilitação e educação para o desempenho de uma atividade funcional. Utilizam-se técnicas de facilitação e inibição para o controle da atividade reflexa medular.5

Condicionamento Cardiorrespiratório. A realização de atividades aeróbicas através do uso de ciclo ergômetros de membros superiores, cadeira de rodas ergométricas ou atividades na cadeira de rodas comum. As atividades esportivas também devem ser estimuladas nestes casos.5

Treino de Atividades Motoras. Rolar sentar, permanecer em quatro apoios, ajoelhar-se, transferências, ortostatismo e locomoção na cadeira de rodas ou com órteses devem ser treinados exaustivamente.

Treino de Atividades da Vida Diária. As atividades englobadas no treino das AVD`s são alimentação, higiene, vestuário (incluindo colocação e retirada de órteses), manejo de cadeira de rodas, e transferências.

O CASO

Paciente de 20 anos, sexo masculino, estudante, natural de Florianópolis SC, com diagnóstico de Traumatismo Raquimedular, com lesão em C5, C6 e C7 devido a mergulho em águas rasas, em fevereiro de 2002.

Na avaliação que foi realizada dia 20 de março de 2002, o paciente apresentava com PA( 120/80 ), ausculta pulmonar com murmúrio vesicular +, sem ruídos adventício. Sem transtornos de linguagem, audição ou função mental e para a visão utiliza-se de óculos para descanso. Nas atividades de vida diária o paciente não conseguia, tocar a cadeira de rodas em rampas muito íngremes, tomar banho sozinho ou segurar um copo por exemplo para tomar água; mas possui adaptações para comer, escovar os dentes e pentear os cabelos sozinho.

No exame físico a deformidade encontrada foi a falta de extensão total dos cotovelos, diminuindo assim a força que os membros superiores poderiam dar ao paciente quando ele fosse realizar as transferências sozinho da cama para cadeira por exemplo; já que isso é uma das limitações do paciente. Ainda no exame físico os membros superiores apresentavam-se hipotônicos e os membros inferiores com espasticidade, o paciente possuía sensibilidade tátil e dolorosa em membros superiores já de T2 para baixo não possuía. Na parte do equilíbrio o paciente não se mantinha sentado sozinho.

O tratamento fisioterapêutico foi realizado na clínica do CEFID da UDESC entre os dias 25 de março a 26 de junho de 2002, e os objetivos do tratamento foram manter a mobilidade em membros superiores e inferiores, ganhar força muscular de membros superiores, treinar as atividades funcionais com cadeira de rodas, diminuir a espasticidade, treino de equilíbrio na posição sentada. E as condutas fisioterapêuticas realizadas foram mobilizações passivas de membros superiores e inferiores, alongamentos e fortalecimentos de membros superiores, treino de tocar cadeira de rodas em rampas em várias direções com maior velocidade possível, colocação do paciente em posição ortostática, e treino de equilíbrio na posição sentada.


MÉTODOS

O artigo em questão enquadra-se no tipo descritivo, sob a forma de estudo de caso, através do qual pretende-se descrever o acompanhamento do tratamento de um paciente portador de seqüela de Traumatismo Raquimedular, através da avaliação e evoluções do paciente, a partir da abordagem fisioterapêutica utilizada.

A amostra foi composta por um sujeito, estudo de caso, portador de seqüela de Traumatismo Raquimedular, do sexo masculino, com idade de 19 anos, paciente da Clínica de Prevenção e Reabilitação Física do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desporto – CEFID, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

Os dados foram coletados nas sessões de tratamento fisioterapêutico e nas avaliações realizadas ao início e ao fim do tratamento.

Utilizaram-se como instrumentos para a coleta de dados: fichas de avaliação e de evolução diária; tatame; bola de 30 cm de diâmetro; caneleiras (0,5 Kg, 1 Kg e 1,5 Kg); therabands (nas cores: verde, azul, cinza, prata e dourado); cadeira de rodas para tetraplégicos, de marca Jaguaribe; travesseiros de espuma; espaldar; rampa de acesso à clínica na qual o tratamento foi realizado.

A ficha de avaliação fisioterapêutica foi o primeiro instrumento a ser utilizado. Nela estavam contidos os dados do paciente no momento da avaliação. Este instrumento foi utilizado novamente ao término do tratamento.

Na ficha de evolução diária estão descritas as atividades realizadas em cada sessão, a evolução do paciente, a data do atendimento, e número de sessões.

Os demais instrumentos foram utilizados nos exercícios cinesioterápicos, por ocasião do tratamento fisioterapêutico. É importante mencionar que os therabands apresentam uma escala de cores de acordo com a resistência (carga) imposta aos exercícios. A ordem crescente de resistência inicia-se pela cor amarela, seguindo-se pela cor vermelha, verde, azul, cinza, prata e dourado. As cores amarela e vermelha não foram utilizadas por serem de resistência inferior a necessária para causar fortalecimento muscular ao paciente que fez parte da amostra.


OS RESULTADOS

De acordo com tratamento fisioterapêutico realizado foi obtido resultados satisfatórios quanto a força muscular, mais especificadamente dos músculos bíceps, tríceps, deltóide, peitorais e extensores de punho. Nas primeiras sessões foi utilizado faixa elástica (theraband), de cor verde evoluindo no decorrer das sessões para cor dourada.

O resultado foi satisfatório também no que diz respeito ao treino de tocar cadeiras de rodas em rampas íngremes, o paciente adquiriu um aumento da distância percorrida, que no início era de 10 metros nas primeiras sessões chegando a 20 metros nas últimas sessões.

Na avaliação o paciente não possuía equilíbrio na posição sentada, com o treino nesta posição no decorrer das sessões o paciente consegui manter-se sozinho em média por um período de 5 minutos nas últimas sessões.


CONCLUSÃO

A lesão medular continua sendo um verdadeiro desafio para a equipe de saúde envolvida em seu tratamento, referente tanto aos aspectos de natureza curativa quanto reabilitativa de suas seqüelas. O tratamento curativo vem apresentando evolução ao longo dos tempos, entretanto sua implementação está na dependência dos recursos tecnológicos de difícil acesso.

No que se refere a recursos terapêuticos da reabilitação, também ocorreram sofisticações e evoluções, aumentando as possibilidades de ganhos funcionais. O ponto principal na recuperação do paciente com traumatismo raquimedular não está na aplicabilidade e acesso a tecnologias sofisticadas. A meta é realizar-se a prevenção das possíveis complicações, que pode ser feita através de medidas simples. Quando se têm pacientes orientados adequadamente desde o momento pós-trauma, que acabam evoluindo sem obter conseqüências evitáveis, a funcionalidade, e em decorrência a qualidade de vida, torna-se maior, dentro é claro dos limites impostos pela lesão.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



1-GREVE, J. M. D. A., CASALIS, M. E. P., FILHO, T. E. P. B. Diagnóstico e tratamento da lesão da medula espinhal. São Paulo: Roca, 2001.

2-UMPHRED, D. A. Fisioterapia neurológica. 2 ed. São Paulo: Manole, 1994.

3-DOWNIE, P. A. Neurologia para fisioterapeutas. 4 ed. São Paulo: Pan-americana, 1988.

4-GREVE, J. M. D. A., AMATUZZI, M. M. Medicina de reabilitação aplicada à ortopedia e traumatologia. 1 ed. São Paulo: Roca, 1999.

Fonte:SantaFisio

Protocolo de expansão pulmonar e desobstrução brônquica em ventilação mecânica

Protocolo de expansão pulmonar e desobstrução brônquica em ventilação mecânica disponível no fim desta publicação.

A manobra de hiperinsuflação pulmonar através da aplicação de pressão positiva, como recurso da fisioterapia, tem registro na literatura desde 1968, por Clement AJ, Hubsch SK. Chest Pysiotherapy by "bag squeezing" method: A guide to the technique. Physiotherapy, 1968; 54: 355-359, a sua finalidade era reverter as atelectasias, remover as secreções pulmonares acumuladas e melhorar a oxigenação arterial pré e pós-aspiração traqueal.

Originalmente, esta manobra era realizada de forma manual, por meio de uma bolsa ressucitadora, tipo AMBU, acoplada ao paciente através de uma máscara facial, peça bucal ou um tubo endotraqueal, um volume de aproximadamente 1 litro com oxigênio puro era liberado a cada compressão da bolsa e as pressões nas vias aéreas ficavam entre 20 e 40 cm H2O.



O princípio fisiológico do seu funcionamento consiste nas fases da tosse. Dois profissionais eram necessários para a realização deste procedimento, um, primeiramente, aplicava as hiperinsuflações pulmonares pela compressão da bolsa, média de 6 compressões lentas e consecutivas, seguidas de um pausa inspiratória e rápida liberação, o outro profissional, em seguida, realizava vibro-compressões manuais no tórax do paciente. Este método era denominado de "bag squeezing". As secreções mobilizadas para as vias aéreas centrais eram removidas por meio da aspiração traqueal ou tosse. Outros autores como, Windsor HM, Harrison GA, Nicholson TJ - "Bag squeezing method" a physiotherapeutic tecnique. Med J Aust, 1972; 2: 829-832, nos anos seguintes, propuseram novas formas de aplicação da técnica.
L, Ellis E. Secretions clearance by manual hyperinflation: Possible mechanisms. Physiotherapy Theory and Practice 1998; 14: 189-197, os autores comentam que os efeitos fisiológicos da hiperinsuflação manual na restauração do volume pulmonar e o seu impacto na clearance de secreções estão bem documentados, porém ainda faltava uma explicação fisiológica dos efeitos sobre a eliminação do muco. Então, comparam a taxa de fluxo expiratório da hiperinsuflação manual com a tosse e concluiram que apesar do fluxo expiratório da hiperinsuflação manual ser menor, é possível promover clearance de secreções, desde que o fluxo expiratório seja maior que o inspiratório.

"Bag squeezing method ou bagging" ficou bastante difundido no mundo, mas não havia uma padronização na forma de realização da técnica. Então, Maxwell L, Ellis E. The effect of circuit type, volume delivered and "rapid released": on flow rates during manual hyperinflation. Australian journal of Physiotherapy 2003; 49: 31-38 compararam o efeito de diversos tipos de circuitos, volumes e formas de realização da técnica sobre o fluxo expirado e a pressão nas vias aéreas. Os seus resultados mostraram que a descompressão brusca da bolsa no início da expiração promove um maior pico de fluxo expiratório independente do volume e do tipo de circuito utilizado.

Denehy L. Use of manual hyperinflation in airways clearance. Eur Respir J, 1999; 14: 958-965 descreveu detalhadamente uma forma de realização da hiperinsuflação manual utilizando o AMBU, ela recomenda um volume igual ou maior que 50% do utilizado durante a ventilação mecânica, uma pausa inspiratória de 2 segundos e uma liberação rápida da compressão do AMBU, a expiração pode estar associada ou não à compressão torácica manual.

Este método é aplicado principalmente nos pacientes com aumento na produção e acúmulo das secreções devido doenças pulmonares, prejuízo na clearance mucociliar pulmonar e dificuldade na expectoração por meio da tosse. A retenção das secreções pode provocar atelectasias, alterações na troca gasosa e aumento do trabalho respiratório e a conseqüência pode resultar em complicações orgânicas graves e até mesmo o óbito nos casos mais graves.

Os efeitos terapêuticos deste método estão relacionados com o aumento do gradiente de pressão transpulmonar, através do aumento da pressão nas vias aéreas e com a ventilação colateral, que facilita a chegada do gás para as áreas colapsadas. A expansão do parênquima pulmonar resulta no aumento da pressão de recuo elástico alveolar, esta e a pressão decorrente da compressão torácica manual ou da contração dos músculos expiratórios durante a tosse, geram um alto fluxo gasoso expiratório que desobstrui e desloca proximalmente as secreções.

Rothen HU, Sporre B, Engberg G, Wegenius G and Hendenstiema G. Re-expansion of atelectasis during general anaesthesia: A computed tomography study. British Journal of Anaesthesiology. 1993; 71: 788-795, verificaram, através da tomografia computadorizada, que nos pacientes cirúrgicos sem doenças pulmonares, durante a recuperação anestésica, a utilização de pressões inspiratórias de 40 cm H2O foram mais eficazes para recrutar alvéolos colapsados do que a duplicação do volume corrente do ventilador mecânico.

Os pacientes dependentes de ventilação mecânica se beneficiam muito deste método, a presença da uma via aérea artificial endotraqueal além de comprometer a clearance mucociliar, também prejudica a tosse. O estudo realizado por Konrad F, Schreiber T, Brecht-Kraus D, Georgieff M. Mucociliary transport in ICU pacients. Chest, 1994 jan; 105: 237-241 demonstrou que a velocidade do transporte mucociliar cai bastante nos pacientes intubados e ventilados mecanicamente, em média de 10 mm Min -1, em adultos normais, para 0,8 a 1,4 mm Min -1, nos intubados e ventilados mecanicamente.

Os gases inalados durante a ventilação mecânica dependem de uma umidificação e aquecimento adicinais, o controle para uma adequada umidificação no termoumidificador é bastante difícil e alguns fatores podem atrapalhar como: uma temperatura programada aquém do ideal e a falta de reposição de água no recipiente do umidificador. Os filtros HME (Heat and Moisture Exchangers - trocadores de calor e umidade) retém parte da umidade do gás exalado e nas condições normais garantem pelo menos 30 mg de vapor d'água por litro de gás, garantindo uma boa fluidificação das secreções. Nos pacientes hipotérmicos e desidratados este valor de umidificação não é atingido com os HMEs e com isso pode haver espessamento e formação de rolhas de secreções, a conseqüência é o surgimento de atelesctasia e comprometimento na troca gasosa e na complacência pulmonar.

O contrário, uma hiperidratação, também pode ocorrer quando o ajuste da temperatura do termoumidificador está acima do ideal, isto geralmente resulta em aumento no volume e fluidez do muco pela adição excessiva de água, neste caso, há uma tendência ao deslocamento e acúmulo das secreções nas vias aéras periféricas.


HIPERINSUFLAÇÃO PULMONAR COM O VENTILADOR MECÂNICO

O primeiro estudo publicado sobre a utilização do respirador para a aplicação fisioterapêutica da pressão positiva foi o de Bott J, Keitty S, Noone l. Intermitent positive pressure breathing. A dying art? Physiotherapy, 1992; 78: 656-660, nele, os autores descrevem uma forma para aumentar o volume corrente dos pacientes com fraqueza muscular, porém as pressões inspiratórias eram menores e a forma de aplicação diferente da utilizada na hiperinsuflação manual.
A manobra de hiperinsuflação pulmonar realizada com o ventilador mecânico, semelhante à realizada manualmente, foi primeiramente descrita por Berney S, Denehy L. A comparision of the effects of manual and ventilator hiperinflation on statics lung compliance and sputum production in intubated and ventilated intensive care patients. Physiotherapy Research International. 2002; 7:100-108, neste estudo, os autores comparam a hiperinsuflação manual, "bag squeezing method ou bagging" com a hiperinsuflação mecânica. Uma modificação dos parâmetros ventilatórios no respirador era realizada com o intuito de se elevar o volume corrente. A freqüência respiratória era ajustada para 6 cpm, o fluxo inspiratório para 20 L/min e uma pausa inspiratória de 2 segundos era mantida. O volume corrente era aumentado de 200 em 200 ml até que a pressão inspiratória atingisse 40 cm H2O. O resultado do estudo não mostrou diferenças significativas entre os dois métodos, ambos melhoraram a complacência estática pulmonar e mobilizaram quantidades semelhantes de secreção.
Em outro estudo, The effect of physiotherapy on oxygen consumption and haemodynamics in patients who are critically ill. Aus J Physiother. 2003, 49: 99-105, os mesmos autores avaliaram os efeitos hemodinâmicos e o consumo de oxigênio (VO2) nos pacientes críticos estáveis submetidos à ventilação mecãnica, durante a aplicação de tratamento fisioterapêutico por meio da drenagem postural em trendelenburg de 35 a 45 graus em decúbito lateral, hiperinsuflação com o ventilador e aspiração traqueal. O resultado não evidenciou efeitos adversos significativos no VO2, no índice cardíaco e na pressão arterial média nestes pacientes. A mudança de decúbito e a aspiração traqueal tiveram maior influência, embora transitória, nestes dados.
No estudo de revisão de Lemes DA e Guimarães FS. O uso da hiperinsuflação como recurso fisioterapêutico em unidade de terapia intensiva. RBTI. 2007: 19: 2: 222-225 os autores concluíram que apesar de existirem poucos estudos demonstrando a eficácia da hiperinsuflação por meio do ventilador mecânico como recurso fisioterapêutico, o seu uso parece ser uma alternativa mais segura em relação ao reanimador manual para a instituição da hiperinsuflação terpêutica em UTI, uma vez que o respirador permite maior controle sobre os parâmetros ventilatórios sem os efeitos deletérios da desconexão, além de oferecer maior conforto ao paciente.

Figura demostrando atelectasia do pulmão D e por consequencia hiperinsuflação do Pulmão E, e logo após a ocorreu uma melhor aproximação da ventilação simétrica.

Este método também está descrito no livro, Fisioterapia em UTI - Volume I - Avaliação e Procedimentos / editores George Jerre Vieira Sarmento, Joaquim Minuzzo Vega e Newton Sergio Lopes. - São Paulo: Editora Atheneu 2006. (Série Clínicas Brasileiras de Medicina Intensiva), páginas: 162 a 166.
Muitos pacientes em ventilação mecânica apresentam variados graus de LPA e dependem de alguma forma da PEEP para manterem uma troca gasosa aceitável. Uma retirada abrupta da pressão positiva, como é feita no método manual, pode resultar em colápso alveolar e hipoxemia arterial nos pacientes dependentes de PEEP (este efeito já foi descrito em diversos estudos científicos sobre VM em LPA / SDRA), principalmente se forem realizadas compressôes manuais no tórax destes paciente durante a exalação despressurizada. A possibilidade de monitorização (gráfica e analógica) dos parâmetros ventilatórios (Pmax, Ppt, PEEP, VC, FLUXO, I:E, FR...) e da medida da mecânica do SR na tela dos respiradores modernos e a possibilidade de preservação da PEEP por meio de um sistema fechado para aspiração traqueal das secreções elevam ainda mais a vantagem deste método sobre o manual.

Em um recente estudo, pioneiro na avaliação dos efeitos da tosse manualmente assistida (compressão torácica manual) sobre a mecânica do SR dos pacientes em ventilação mecãnica total, Efeitos da tosse manualmente assistida sobre a mecânica do sistema respiratório de pacientes em suporte ventilatório total. ARTIGO ORIGINAL. Avena KM e cols. J Bras Pneumol. 2008; 34 (6): 380-386, os autores avaliaram a mecânica do SR e a saturação arterial periférica de oxigênio dos pacientes cirúrgicos, sem LPA, ventilados de forma controlada no modo volumétrico antes e após a aplicação da tosse manualmente assistida - TMA (compressão torácica manual) e da aspiração traqueal aberta. Os resultados mostraram uma redução estatisticamente significativa da pressão resistiva das vias aéreas e da resistência do SR pós-TMA e aspiração traqueal e um aumento significativo da SpO2 pós-TMA versus pós-aspiração e pré-TMA, não foram observadas mudanças significativas na Ppico, Ppt, Cdyn e Cstat nos momentos pré-TMA, pós-TMA e aspiração traqueal. Este artigo, para mim, é muito interessante porque ele trata de um assunto polêmico no âmbito científico e prático da fisioterapia respiratória, COMPRESSÃO TORÁCICA MANUAL ou TOSSE ASSISTIDA MANUAL.
A controvérsia sobre o benefício desta técnica tem origem em alguns estudos como o de Unoki T, Kawasaki Y, Fugimo T, Yanagisawa Y, Ishimatsu S, et al. Effects of expiratory rib-cage compression on oxygenation, ventilation and airway-secretion removal in patients receiving mechanical ventilation. Respir Care. 2005; 50 (11): 1430-7, estes autores avaliaram os efeitos da compressão torácica durante a expiração no deslocamento das secreções, na oxigenação e na ventilação de 31 pacientes em VM, os seus resultados não mostraram diferenças quando comparados com o grupo controle. Os pacientes avaliados tinham comprometimentos pulmonares diversos e estavam em modalidades ventilatórias distintas (variando de VCV a PSV), isto pode ter influenciado os resultados.

Muitos fisioterapeutas não utilizam esta técnica por entenderem que ela também pode resultar no desenvolvimento de atelectasias. Este argumento tem uma explicação fisiológica - redução do gradiente de pressão transpulmonar (Palv - Ppl) promovido pela compressão torácica durante a expiração. Um estudo piloto avaliou os efeitos desta técnica sobre a mecânica do SR (Cst, L) em saudáveis em ar ambiente por meio de um balão esofagiano e um pneumotacógrafo, os autores verificaram uma redução na complacência pulmonar pós-compressão. Entretanto, eles comentam que após algumas inspirações profundas esta redução na complacência pode ser revertida.

Nos pacientes com disfunção muscular que tenham prejuízo na tosse (por ex.: doenças neuromusculares, TRM...), hipersecretivos e que ventilam sem pressão positiva é provável que a compressão expiratória gere colápso alveolar. Entretanto, durante a VM destes pacientes, este efeito adverso pode ser revertido pela aplicação da hiperinsuflação pulmonar (tema desta postagem), desta forma, obtém-se os efeitos desejados (deslocamento das secreções pela aceleração do fluxo expiratório durante a TMA e a sua eliminação por meio da aspiração das secreções) sem o prejuízo da atelectasia.

Por fim, todos estes estudos apontam para uma boa segurança, praticidade e eficácia do método. Mas, antes de aplicá-lo, deveremos ter um bom conhecimento sobre as suas indicações e contra-indicações e durante a sua realização deveremos estar atentos à avaliação clínica e a monitorização dos equipamentos relacionados aos seus efeitos desejados e adversos. Respeitando estas normas, teremos nas mãos uma ferramenta bastante interessante para a realização das condutas expansiva e desobstrutiva dos pacientes submetidos à ventilação mecânica.


PROTOCOLO DE EXPANSÃO PULMONAR E DESOBSTRUÇÃO BRÔNQUICA PARA OS PACIENTES ADULTOS SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA.

* Protocolo elaborado por Thaise Sanches, aluna do 8º período do curso de fisioterapia da UFRJ, acadêmica bolsista do CTI do HCPM / PMERJ.
1) Avaliar a necessidade de expansão pulmonar e desobstrução brônquica (através de radiografias, ausculta pulmonar e exame físico);
2) Avaliar riscos e contra-indicações do procedimento (instabilidade hemodinâmica, doença pulmonar bolhosa, hipertensão intracraniana, pneumotórax não drenado...);
3) Posicionar o paciente com o pulmão afetado em região não dependente ou em DD com cabeceira elevada (acometimento bilateral);
4) Analisar parâmetros do ventilador, de mecânica respiratória e de oxigenação, para posterior comparação de melhora;
5) Aspiração traqueal pré-expansão (vide protocolo abaixo - tipos de sistemas);
6) Trocar filtro HME, caso esteja obstruído ou muito úmido, e atentar para possíveis fatores que aumentem a resistência de vias aéreas (como por exemplo, ponta do "trachcare" introduzida no TOT ou TQT);
7) ALTERAR PARÂMETROS DO VENTILADOR PARA A EXPANSÃO:
a. Em modo VCV - controlado: aumentar o volume corrente (VC), estipulando uma pressão inspiratória máxima (Ppico) de 40cmH20 (Pins + PEEP). Associar redução do PEAK FLOW, para aumentar o Tins (2 segundos) se necessário. Nos casos de contra-indicação ao aumento da Pmax priorizar a redução do PEAK FLOW para aumentar Tins;
b. Em modo PCV - controlado: aumentar pressão inspiratória (Pins), estipulando uma Pressão máxima de 40cmH20 (PCV + PEEP), o Tins também pode ser aumentado (máximo de 2 segundos). No caso de pacientes com contra-indicação ao aumento pressórico priorizar o aumento do Tins sobre a PMAX;
c. Em modo PSV: aumentar pressão de suporte (PS) estipulando uma Pmáxima de 40cmH20 (PS + PEEP), pode-se diminuir o percentual do fluxo para ciclagem para aumentar o Tins;
d. Em modo PRVC: aumentar volume corrente (VC), estipulando uma Pmáxima de 40cmH20 (Pins + PEEP), o Tins pode também pode ser aumento (como no PCV);
e. Em todos os modos pode-se modificar a PEEP. Na LPA ou SDRA com FiO2 e PEEP altas, não reduzir a PEEP. Nos casos com PEEPs baixas, alternar PEEP alta com baixa durante o procedimento, respeitar o limite da Pmax;
f. Para os pacientes que assistem com regularidade a ventilação mandatória, podemos modificar o modo para PSV e em seguida instituir o protocolo;
8) Monitorar parâmetros hemodinâmicos (Pressão arterial, PAM, Freqüência cardíaca) e de oxigenação arterial (Saturação de pulso de oxigênio);
9) Retornar aos parâmetros prévios e comparar se houve melhora nestes;
10) Proceder nova conduta, se necessário, após a estabilização dos parâmentros ventilatórios, hemodinâmicos e conforto do paciente;


PROTOCOLO DE ASPIRAÇÃO TRAQUEAL SISTEMA ABERTO:

1) Hiperventilar e oxigenar previamente (VC 50% maior que o basal e FiO2 a 100% durante 3 a 6 ciclos respiratórios - SpO2 > 98%);
2) Abrir o envólucro da sonda estéril (n°12 ou 14, mais adequadas para adultos) expondo primeiro a extremidade para conexão com o tubo de aspiração, encaixá-la no vácuo e abri-lo;
3) Calçar luva estéril na mão que irá manusear a sonda de aspiração, segurar a sonda e protegê-la de contaminações. Na mão livre pode-se utilizar luva de procedimento, pois esta manipulará estruturas contaminadas (TET, circuito, vácuo...);
4) Desconectar o paciente do circuito com a mão livre;
5) Introduzir a sonda no TET, com o vácuo ocluído e sem contaminá-la, até encontrar resistência ou o paciente começar a tossir;
6) Recuar a sonda 0,5 a 1,0 cm e liberar a oclusão do vácuo para realizar a aspiração com movimentos rotacionais retirando a sonda;
7) O tempo total do procedimento não deve ultrapassar 10 segundos;
8) Monitorar a saturação de pulso de oxigênio e ritmo cardíaco;
9) Reconectar o paciente ao circuito do respirador;


PROTOCOLO DE ASPIRAÇÃO TRAQUEAL COM SISTEMA FECHADO "TRACHCARE":

1) Pode-se hiperventilar e oxigenar previamente (VC 50% maior que o basal e FiO2 a 100% durante 3 a 6 ciclos respiratórios - SpO2 > 98%), menor risco de hipoxemia com este sistema;
2) Introduzir o "trachcare" (ainda sem aspirar) até encontrar resistência ou paciente tossir;
3) Recuar 0,5 a 1,0 cm e iniciar a aspiração retirando o "trachcare".

Referências Bibliográficas do protocolo:

- R. Gosselink, J. Bott, M. Johnson, E. Dean, S. Nava, M. Norrenberg, B. Schönhofer, K. Stiller, H. van de Leur, J. L. Vincent; Intensive Care Med - Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine; Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients;

- Richard D Branson MSc RRT FAARC; - Secretion Management in the Mechanically Ventilated Patient; Respiratory Care, october 2007 VOL 52 N 10

- Mervyn Singer, Julia Vermaat, Gareth Hall, George Latter and Manesh Patel, - Hemodynamic Effects of Manual Hyperinflation in Critically Ill Mechanically Ventilated Patients; Chest 1994; 106; 1182-1187

- Daniela Aires Lemes, Fernando Silva Guimarães; - O Uso da Hiperinsuflação como Recurso Fisioterapêutico em Unidade de Terapia Intensiva; Revista Brasileira de Terapia Intensiva 221, Vol. 19 Nº 2, Abril-Junho, 2007

- SE Brown, DW Stansbury, EJ Merrill, GS Linden and RW Light; - Prevention of suctioning-related arterial oxygen desaturation. Comparison of off-ventilator and on-ventilator suctioning; Chest 1983;83;621-627
- Pedersen CM, Rosendahl-Nielsen M, Hjermind J and Egerod I. Endotracheal suctioning of the adult intubed patient - What is the evidence? Intensive and Critcal Care Nursing. 2008http://www.blogger.com/img/blank.gif

- FARIAS, G.M.; FREIRE, I.L S.; RAMOS; C.S.. RN.- Aspiração endotraqueal: estudo em pacientes de uma unidade de urgência e terapia intensiva de um hospital da região metropolitana de Natal; Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 08, n. 01, p. 63 - 69, 2006

- III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica
http://fisioterapiaemterapiaintensiva.blogspot.com/2008/09/hiperinsuflao-pulmonar-com-o-ventilador.html

FONTE:Fisioterapia amazonas

Kinesio Tape e Linfedema pós mastectomia

Nos últimos jogos olímpicos vimos muitos atletas utilizando a K-Tape, porém atletas são altamente motiváveis (e sugestionáveis) e nada exclui o efeito placebo nesta população (exatamente como no caso do power balance). Resolvi pesquisar no site PeDro o que existe em termos de pesquisas de alto nível utilizando Kinesio Tape. Irei comentar 4 artigos sobre K-tape. O de hoje é um ensaio clínico em pacientes com linfedema de Membro superior pós mastectomia, comparando dois protocolos de tratamento: No primeiro grupo utilizou-se atadura compressiva de baixa elasticidade enquanto que no segundo grupo utilizou-se a Kinesio-Tape. Em ambos os grupos, além da atadura e do K-tape, os pacientes receberam um protocolo de tratamento.
Deixo também o link para o download do artigo no final da postagem.

A propósito:
Não tenho o curso de K-tape e nem recebo jabá de nenhum curso ou empresa importadora das fitas K-tape (não que eu não aceite pagamento em espécie ou barras de ouro para este tipo de jabá).
Eu ficaria grato se alguém com experiência no uso da K-Tape ou no tratamento de linfedema deixasse comentários e opiniões a respeito.
Pois bem, vamos ao resumo, seguido de alguns comentários:

RESUMO

OBJETIVOS:
O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos do tratamento de Terapia Descongestiva Linfática (TDL) e Terapia Descongestiva Linfática-Modificada (TDL-m). A diferença entre as duas intervenções está no uso de Kinesio Tape ao invéz da atadura compressiva de baixa elasticidade padrão.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Foi realizado um ensaio clínico randomizado envolvendo 41 pacientes com linfedema devido a câncer de mama unilateral. As pacientes foram aleatoriamente agrupadas no grupo TDL (atadura, N = 21) ou no grupo TDL-m (K-tape, N = 20). A diferença de tratamento entre os dois grupos reside justamente na substituição da atadura padrão pela bandagem tipo Kinesio Tape (K-Tape).
O protocolo de tratamento envolveu cuidados com a pele, drenagem linfática manual de 30 minutos, terapia de compressão pneumática de 1h de duração (40mmHg), e 20 min de exercícios terapêuticos, e a aplicação de atadura ou K-tape de acordo com o grupo de intervenção. Entre as variáveis de desfecho monitoradas, destacam-se o tamanho dos membros, sintomas relacionados com linfedema, qualidade de vida e aceitação dos doentes para o uso de atadura ou k-tape.
RESULTADOS PRINCIPAIS:
Não houve diferença significativa entre os dois grupos em todas as variáveis desfecho (P> 0,05) durante o período do estudo. A circunferência foi reduzida significativamente tanto no grupo atadura quanto K-tape. A aceitação da K-tape foi melhor do que a atadura, sendop que os benefícios referidos peo grupo K-tape incluem maior tempo de uso, menor dificuldade no uso e maior conforto e comodidade (P<0,05).
CONCLUSÕES:
Os resultados do estudo sugerem que K-Tape pode substituir o uso de Atadura compressiva de baixa elasticidade na TDL, e que poderia ser uma opção alternativa para o paciente com linfedema que não tenha se adaptado a atadura. Se o período de intervenção e acompanhamento for prolongado, pode-se chegar a uma conclusão diferente. Além disso, estes dois protocolos de tratamento são ineficientes e levam muito tempo para a aplicação. Um protocolo de tratamento mais eficiente é necessária para a prática clínica.

= = = = = = = = =

Algumas observações:

Os autores calcularam que seria preciso 228 pacientes em cada grupo para uma estatística adequada. Isso indica que os resultados devem ser avaliados com critério e que pra variar novos estudos precisam ser conduzidos, com maior número de pacientes e com um tempo de acompanhamento mais longo.

Foram acompanhados 11 sintomas neste estudo: Sensação de pele esticada, peso, dor, rigidez, dolorimento (soreness), desconforto, calor, sensação de peso, formigamento, fraqueza e dormência. Estes sintomas foram avaliados por meio da escala visual analógica (VAS) de 0 a 10 (0 = nenhum sintoma e 10 = pior possível).
Quatro dos 11 sintomas no grupo atadura (sensação de pele esticada, dor, desconforto e peso) e seis dos 11 sintomas no grupo K-Tape (sensação de pele esticada, dor, rigidez, desconforto, peso e formigamento) foram significativamente aliviados (P <0,05)>

A aceitação da K-tape foi melhor do que a atadura, e os pacientes relataram maior facilidade de uso e maior conforto e comodidade nas atividades diárias. No entanto, houve mais feridas no grupo K-tape. No entanto é preciso enfatizar que um tratamento que cause maior índice de feridas é potencialmente danoso a esta população e deve ser avaliado com bastante critério.
(Retirado o ponto da K-Tape)

Para baixar o artigo original em inglês Clique Aqui
É isso aí pessoal, se não houver mais nenhuma guerrilha urbana eu continuo postando nos próximos dias . . .

Fonte:Guia do Fisioterapeuta

Condutas Fisioterapêuticas para Prótese Transfemural

Quando a aula de amputações é minstrada na faculdade, geralmente nos deparamos com a obrigação de memorizar aqueles nomes esquisitos como Chopart, Syme, Pirigoff, Boyd, etc. Esta decoreba é chatíssima, porém importante para quem pretende se especializar no tratamento de amputados. Mas a postagem de hoje não é sobre a mania de dar o próprio nome para o infortúnio alheio. Na verdade pretendo ir mais adiante e falar sobre alguns exercícios para amputados transfemurais.


Mas antes de continuar deixo um aviso aos navegantes:
[1]Esta postagem é direcionada a estudantes e profissionais que lidam com amputados
[2]Não prescrevo próteses,
[3]Não avalio e nem faço consultas pela internet,
[4]Estes exercícios pressupõem que o paciente está fisicamente apto para a atividade, com a prótese adequada, coto maturado e sem feridas.    
Dito isso, vamos voltar ao assunto:


As próteses de mebro inferior evoluíram muito nas últimas décadas. Os fabricantes oferecem próteses com componentes mais leves e duráveis, e mesmo que não sejam “top de linha”, a tecnologia empregada nas próteses é capaz de imitar com razoável sucesso o caminhar humano. Neste ponto é importante ressaltar que alguns exercícios simples podem ajudar a melhorar o equilíbrio e dar confiança para que o paciente faça a descarga de peso sobre a prótese. Uma maior confiança na prótese irá garantir um passo mais simétrico, com menor gasto energético e principalmente sem colocar tensão desnecessária sobre a coluna lombar.A postagem de hoje irá discutir algumas maneiras para melhorar o desempenho de próteses.


Exercício 1. Balanceio de um lado para o outro:
Este é um excelente exercício para ser feito tanto no ambulatório quanto em casa. No caso do atendimento ambulatorial utilize barras paralelas, se for prescrever este exercício para casa oriente o paciente a utilizar duas cadeiras como se fossem uma “mini barra paralela”, e realizando o exercício preferencialmente diante de um espelho de corpo inteiro (lembrando que tem de ser cadeiras estáveis para evitar acidentes!).


Pois bem: para pacientes iniciando a protetização, eu recomendo que você fique junto com o paciente na barra paralela, com as mão apoiadas na crista ilíaca do paciente. Oriente o paciente a descarregar o peso corporal alternadamente para a direita e para esquerda e quando estiver descarregando o peso sobre o lado da prótese, aplique uma força de modo a gerar maior pressão sobre a prótese. Este treinamento ajuda o paciente a se familiarizar com a prótese. Atenção para o sinal de trendlemburg. Fortalecimento de abdutores de quadril é importantíssimo e não pode ficar pra depois ! ! A progressão deste exercício é realizar a mesma atividade porém sem o apoio das mãos.




Exercício 2. Marcha lateral
Este exercício deve ser iniciado somente depois que você avaliar o equilíbrio do paciente e julgar que é possível realizar a tarefa sem risco de quedas. Você pode utilizar uma mesa comprida ou simplesmente pedir ao paciente para ficar de frente para uma parede e andar de lado ao longo do percurso. Dica importante: oriente o paciente a “apontar o umbigo para frente”, assim você evita torções da pelve e garante que os abdutores de quadril trabalhem melhor. E por falar em abdutores de quadril, lembrem-se de incluir alguns exercícios domiciliares de fortalecimento de glúteo médio e máximo!!!


Exercício 3.Equilíbrio em apoio monopodal:
Monopodal mais ou menos... Ok! Se você conseguiu progredir suas atividades até aqui, pode começar a exigir um pouco mais do membro residual. Que tal treinar equilíbrio em apoio monopodal? Por motivo de segurança inicie nas barras paralelas. Utilize um step ou um daqueles degraus que a gente usa para poder subir na maca. Peça para o paciente ficar como na figura abaixo.
Particularmente gosto de usar o degrau. Eu fico sentado no degrau mais alto e o paciente apoia a perna no degrau mais baixo, descarregando bastante peso sobre a prótese. Nesta posição minhas mãos ficam livres para corrigir torções, inclinações de tronco, inclinações excessivas da pelve e até aplicar força para desequilibrar pacientes que estejam em uma fase mais avançada. Aqui também é possível solicitar ao paciente que realize movimentos para a frente e para trás, alongando os flexores de quadril do membro residual.




Exercício 4 Rolando a bola
Este é legal. Com o paciente de pé, utilize uma bola (pode ser de tênis ou futebol, só não vá usar uma bola suiça 65!). Com a prótese apoiada no chão, peça ao paciente rolar a bola para frente, para os lados e em círculos. Peça ao paciente para sentir como os músculos do quadril trabalham. Alguns pacientes vão certamente tentar fazer embaixadinhas... este também é um bom exercício, porém preste atenção pois eu já percebi que a atenção fica tão focada na bola que eles esquecem de controlar o quadril do mebro residual e acabam fazendo um trendlemburg desnecessário.


Há muitos outros exercícios que podem e devem ser incorporados ao programa de protetização. Os elementos essenciais para maximizar o desempenho funcional de um amptado transfemural são:


• Desenvolver um bom equilíbrio sobre ambos os pés.
• Ensinar o paciente a usar os músculos do membro residual, isso minimiza o trendlemburg e garante uma marcha mais simétrica e suave.
• Continuar a fortalecer e alongar o membro residual


Esta postagem foi baseada na minha experiência e em alguns exercícios recomendados pelo site http://www.amputee-coalition.org/military-instep/ten-exercises.html . 
Para quem quiser saber mais, recomendo a leitura do TCC AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO E FUNCIONALIDADE EM INDIVÍDUOS COM AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR PROTETIZADOS E REABILITADOS, disponível no site http://www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/2005/pdf/jean.pdf . A introdução e os fundamentos teóricos estão bem abrangentes e muito bem escritos.


Mergulho pode ajudar paralíticos a recuperar sensações perdidas



Durante uma aula de educação física na sexta série, em 1999, Cody Unser foi admitida no hospital e diagnosticada com uma doença da coluna vertebral chamada mielite transversa (MT).

No dia seguinte, ela não conseguia mais andar. Paralisada e numa cadeira de rodas, mas energizada na sua missão de entender a MT e encontrar uma cura para a paralisia, Cody fundou a "Cody Unser First Step Foundation", uma organização que ajuda pessoas com a mesma condição.

Dois anos mais tarde, por insistência de sua família, ela viajou para Cozumel, no México, para se tornar certificada em PADI (Professional Association of Diving Instructors, associação de instrutores de mergulho reconhecida internacionalmente).

A sensação perdida de sua perna reapareceu; o esporte tomou seu espírito de uma forma que nada mais havia conseguido. Desde essa viagem, Cody se dedica a compartilhar os benefícios físicos e mentais da atividade de mergulho. Através de sua organização, ela é responsável por certificar mais de 100 veteranos de guerra.

E todos esses benefícios, tem algum fundo cientifico? Cody também está ajudando a patrocinar uma pesquisa sobre os efeitos curativos do mergulho em pessoas paralisadas.

De 5 a 12 de maio de 2011, a Fundação de Cody, em parceria com pesquisadores da Universidade Johns Hopkins e o Centro Internacional de Lesão Medular (ICSCI) do Instituto Kennedy Krieger ensinaram mergulho a veteranos paralisados usando instrutores de mergulho do PADI.

Um grupo de 30 pessoas – nove veteranos paralisados, instrutores de mergulho adaptativo, voluntários e funcionários da Fundação reuniram-se nas águas belas das ilhas Caiman. A ideia era não só certificar os veteranos, mas também estudar os efeitos do mergulho no corpo paralisado.

Cody já adianta que a sensação de mergulhar é maravilhosa para um paralítico. Ela repete uma citação de Jacques Cousteau: "Do nascimento, o homem carrega o peso da gravidade em seus ombros. É aparafusado a terra. Mas homem só tem que afundar embaixo da superfície e estará livre".

Segundo ela, para o corpo paralisado, a sensação de liberdade é multiplicada por um milhão, já que não só desbloqueia os parafusos com a terra, mas também os parafusos que travam o corpo à cadeira de rodas.

A equipe de pesquisa quer explorar a ciência e a teoria técnica de mergulho para entender as redes psicológicas e neurológicas nos órgãos que estão paralisados quando as pessoas mergulham.

Cody fica muito feliz em poder colocar o mergulho como uma opção terapêutica para pessoas com deficiência. Ela acha que a atividade pode mudar a vida de muitos; só resta esperar para ver que tipo de resultado o estudo vai trazer.

Fonte: http://www.facafisioterapia.net