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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Bioenergética em pacientes críticos - Conceitos básicos

Sabemos a importância de mobilizar o paciente crítico, faz parte da nossa formação minimizar os efeitos deletérios do imobilismo. Entretanto devemos sempre nos deter de um raciocínio mais aprofundado no que diz a respeito a fisiologia do exercício. O conhecimento básico sobre a energia utilizada durante as atividades e sua correlação com o processo fisiopatológico é primordial, bem como o seu custo benefício.
Pois então vamos retornar a conceitos básicos lá no nosso ensino médio, onde o ciclo de Krebs era a nossa dor de cabeça e o que se fale ainda do FAD e o NAD... são o que mesmo ? transporte de elétrons.. há sei lá não vou precisar disso mesmo... enzimas? Não vou ser biólogo para que entender disso.
Não basta entender, temos que deter total conhecimento das POSSIBILIDADES existentes com a manipulação de moléculas celulares, principalmente quando lidamos com pacientes críticos.
Então vamos começar a entender as reações energéticas do organismo (Bioenergética), para que possamos introduzir este conceito em pacientes críticos.


Em geral a célula é constituída
Membrana celular: Barreira semipermeável que separa o meio intra e extracelular, formada basicamente de fosfolipídios e proteínas que servem como intermédio de informação e desencadeamento de reações transmitidas entre os meios.
Núcleo: No qual está contido o “cérebro” celular, com os genes que controlam a síntese protéica responsável pela composição e atividade celular.
Citoplasma: Porção líquida localizada entre o núcleo e a membrana plasmática no seu interior encontra-se as organelas, responsáveis por funções particulares e organizadas, dentre as quais está à mitocôndria – usina celular – responsável pela produção de energia (ATP).


Denominada como unidade básica da vida, a célula é responsável pela produção de sua própria energia para realização de atividades vitais. As reações funcionam como uma engrenagem sendo uma impulsionando a outra, logo temos reações com a adição de energia que são chamadas endergônicas e outras com a liberação energética chamadas exergônicas, as quais estão interligadas/acopladas, com a liberação de energia livre de uma reação sendo utilizada para desencadear a outra.


Figura 1 Exemplo das reações acopladas

As reações envolvendo processo de adição e liberação energética envolve em quase toda cadeia a OXIDO-REDUÇÃO, oxidação referente a remoção de um elétron de um átomo ou molécula e redução à adição de um elétron a um átomo ou molécula. Assim o agente redutor é aquele que doa elétrons e o que aceita o oxidante.
Reações energéticas acontecem de forma incessante no organismo e claro demandando tempo e energia que possuem regulação enzimática, através de moléculas protéicas dotadas sulcos e saliências características chamados de sítios ativos que ajustam ao substrato da reação, sendo análogo ao mecanismo chave e fechadura.
Normalmente o substrato para que o ocorra as reações bioenergéticas são os carboidratos, gorduras e ocasionalmente proteínas.
Carboidratos – Constituídos por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, sendo apresentados como monossacarídeos (glicose e frutose), dissacarídeos (sacarose – glicose + glicose) e polissacarídeos (celulose e amido). Inteligentemente o organismo estoca a energia, principalmente em células musculares e hepáticas, na forma de glicogênio que são centenas ou milhares de moléculas de glicose.
Gorduras – É o combustível ideal para o exercício prolongado e de grande valor energético por unidade de peso com mais do que o dobro dos carboidratos e proteínas. No geral podem ser classificadas como: ácidos graxos – principal fonte de energia das células musculares, triglicerídeos - constituído por três moléculas de ácidos graxos e uma de glicerol, que podem ser quebrados através da lipólise durante a sua necessidade, fosfolipídios – constituem a membrana celular e a bainha de mielina de células nervosas, e por último os esteróides – cujo principal é o colesterol que constitui a membrana celular e os hormônios sexuais, não são utilizados como fonte de energia.
Proteínas – Constituídas por aminoácidos, sendo nove desses não produzidos e precisam ser ingeridos em alimentos, são chamados essenciais. Para a sua utilização como forma de energia a proteína precisa ser clivada na forma de aminoácidos, sendo o principal a alanina que pode ser convertida em glicose no fígado e assim ser utilizada para formação de glicogênio.


Entretanto a célula não utiliza o substrato (glicose) como a sua fonte de energia, é através dele que é gerada uma série de reações para a produção de ATP (trifosfato de adenosina), fonte mais importante de energia celular, que também está estocado, nas células musculares .
A quantidade de ATP armazenado é bastante restrita e precisa de renovação do estoque constantemente e logo que se inicia a atividade muscular. Os acessos a vias de energia para a produção de ATP são:


DEGRADAÇÃO DO FOSFATO DE CREATINA (PC).
DEGRADAÇÃO DA GLICOSE OU DO GLICOGÊNIO - GLICÓLISE
FORMAÇÃO OXIDATIVA DO ATP.


E assim começamos a traçar dois conceitos básicos que envolve a utilização do oxigênio – via aeróbia, oxidativa (3) e a que não envolve o oxigênio via anaeróbica – via anaeróbica (1, 2).
Geralmente num existe uma atividade somente aeróbica ou anaeróbica e sim a predominância metabólica, exercícios rápidos e de alta intensidade envolve anaerobiose, já atividades longas e baixa intensidade o metabolismo aeróbico.
O exercício envolvendo rápida contração muscular requer fonte que esteja pronta ou que possua um estoque de rápido acesso, geralmente não envolve o uso do oxigênio, uma vez que o ATP está estocado e que possui o fosfato de creatinina, mesmo que limitado, pronto para renovar o estoque.


PC + ADP ------------> ATP+ C (enzima catalisada creatino cinase)
Entretando para renovação do sistema ATP-PC somente no período de recuperação do exercício.
A via da glicólise envolve a quebra da glicose ou glicogênio para formar duas moléculas de ácido pirúvico ou do temido ácido lático.
A quebra da glicose envolve uma fase endergônica para o preparo da glicose que após 5 reações é transformada em duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato cada uma dando origem a uma molécula de piruvato (2 no total).


Figura 2 - Glicólise


Observe que a reação possui um saldo de produção de 2 ATP, e aqui entram os tão solidários NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo, derivado da vitamina niacina B3) responsável pela recepção do íon hidrogênio se transformando em NADH, entretanto o NAD é uma molécula transportadora e precisa liberar esse íon para que haja a sua renovação.
Existem duas maneiras para que o NAD seja renovado uma é se houver oxigênio suficiente esse íon pode ser direcionado a mitocôndria e contribuir para a produção aeróbica de ATP tendo como produto final água e CO2, e caso não existam reservas de oxigenação o íon é direcionado ao ácido pirúvico transformando-o em ácido lático de modo que a glicólise possa continuar.


Figura 3 - Recepção do íon H+ transformando o piruvato em ácido lático, catalisado pela enzima lactato desidrogenase.

Existem duas maneiras para que o NAD seja renovado uma é se houver oxigênio suficiente esse íon pode ser direcionado a mitocôndria e contribuir para a produção aeróbica de ATP tendo como produto final água e CO2 e caso não existam reservas de oxigenação o íon é direcionado ao ácido pirúvico transformando-o em ácido lático.
Entretanto a glicólise pode ser considerada o primeiro passo para o metabolismo aeróbico que acontece no interior das mitocôndrias, envolvendo duas vias metabólicas.

CICLO DE KREBS
CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS


A função do ciclo de Krebs é o término da oxidação dos carboidratos, gorduras ou proteínas com a utilização do NAD e do FAD (flavina adenina dinucleotídeo, derivado da vitamina flavina B2).
A produção aeróbica de ATP pode ser dividida em 3 fazes
- Geração da molécula fundamental de 2 carbonos, a acetil-CoA
- Oxidação da acetil-CoA no ciclo de Krebs
- Fosforilação oxidativa na cadeia de transporte de elétrons, que possui como receptor final dos íons o oxigênio, tendo como resultado final a água.

Figura 4 - Ciclo de Krebs.


Logo em seguida os agentes transportadores entram na cadeia respiratória para refosforilar o ADP em ATP, os átomos de hidrogenio aqui são passados por uma série de transportadores, os citocromos, que durante a passagem do elétron é liberada energia suficiente para refosforilar o ADP em ATP em três locais diferentes.

Figura 5 - Cadeia Respiratória.


De modo que a produção anaeróbica de gera 2 ATP e aeróbica 32 ATP.

Desta forma o organismo respira através das mitocôndrias e transforma energia continuamente para nossas funções. Nada haveria se não houvesse a interação dessas moléculas e suas reações que são auxiliadas por enzimas catalisadoras.
O funcionamento das enzimas é realizado de forma harmônica, mas como o organismo detecta a necessidade de estimular a geração de ATP ou diminuir a sua síntese??? A resposta é: enzimas alostéricas, que regulam a sua atividade de acordo com moduladores que aumentam e diminuem a atividade enzimática.
Normalmente essas enzimas se encontram inteligentemente no começo da reação para quando inibida produtos intermediários da via não se acumule no meio e altere outras funções vitais.


Figura 6 - Fatores moduladores da Bioenergética.

Para exemplificar melhor vou usar um exemplo resumido da contração muscular. Quando se inicia uma atividade muscular a primeira reação mecânica em que se há é o deslizamento entre actina e a miosina graças a quebra de ATP resultando o ADP + Pi, além da liberação de cálcio pelo retículo endoplasmático, que elevam a sua concentração no meio.
Somente nesta instância temos três moduladores, o ADP e Pi responsável pela estimulação da fosfrutocinase e o Ca da isocitrato desidrogenase, que aumentam a atividade glicolítica e do ciclo de Krebs, afim de gerar mais ATP e consequentemente energia para a célula.
Isso claro tudo ocorrendo em condições homeostáticas sem alterações orgânicas clínicas. Contudo, temos que entender que lidamos com disfunções em pacientes criticamente enfermos, e somos responsáveis por grande parte de seu gasto energético.
Minimizamos o efeito do imobilismo, recuperamos precocemente, mas será que estamos selecionando realmente o nosso paciente? Avaliamos custo benefício? a mobilização quando realizada sem critério possui seus efeitos deletérios que muitas vezes podem culminar em mais disfunções.
Vamos então raciocinar um pouco e procurar destrinchar um pouco o assunto.
Devemos sempre lembrar da reserva ventilatória do paciente, mais da metade dos pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva necessitam de suporte ventilatório. Vimos que o oxigênio é essencial para recepção de elétrons no final da cadeia respiratória além de desviar a descarga do NAD no interior da mitocôndria evitando a ligação do íon hidrogênio ao piruvato e consequentemente o acúmulo do ácido lático.
Infecção latente, normalmente há, temos consumo energético e gasto de ATP? Não tenha dúvida então vamos começar a acompanhar a dosagem enzimática o lactato desidrogenase é um marcador importante é quando muito alto pode indicar a formação de ácido lático.
Mobilizar neste momento? Talvez ... custo benefício e o efeito da acidose pode nos dizer melhor isso, a atividade muscular por mais passiva que seja ainda assim exige energia e demanda oxigênio, e sobrecarregar o orgarnismo em algumas situações podem ser não ser benéfico, claro que devemos posicionar e até mesmo alongar em determinadas situações.
Temos oxigênio chegando as tecidos? Avaliação da pressão venosa central (PVC) associada a freqüência cardíaca e um exame laboratorial como a gasometria e as vezes um hemograma podem nos ajudar a visualizar melhor o paciente.
A PVC < 12 cmH2O + taquicardia opa... paciente desidratado? Provavelmente, pós-cirurgico a chance aumenta, verifique a quantidade de líquido perdida na cirurgia, ausência de febre + hemograma normal e sem desvio, descarto processo infeccioso. Gasometria revelando acidose metabólica, certamente chegamos a nosso ponto em que a volemia sanguínea não está sendo o suficiente para ofertar oxigênio em tecidos periféricos, associada a possível SIRS, produzindo ácido lático, talvez uma discussão multiprofissional do grande benéfico que este paciente vai ter com a mobilização otimize a nossa terapêutica.
Por outro lado na vigência de infecção a demanda metabólica aumenta devido o gasto energético com aumento de fluxo sanguíneo, da capacitância dos vasos, temperatura, atividade protéica, leucocitária e até mesmo estresse ambiental com alterações do ciclo circadiano também propiciam alterações metabólicas importantes.
Instabilidade hemodinâmica? Muitos pacientes cursam com choque séptico, hipovolêmico, necessitando de drogas vasoativas que quando administradas em doses de moderadas a alta prejudicam de forma clinicamente significante a circulação periférica e conseqüentemente oferta de nutrientes primordiais as células
Níveis glicêmicos alterados? Hiperglicemia... não se esqueça que o exercício libera adrenalina que estimula o AMPc e este a fosforilase, responsável pela quebra de glicogênio em glicose que é lançada na corrente sanguínea aumentando seus níveis e possivelmente efeitos deletérios como os neropáticos, não esquecendo também é claro que o exercício aumenta a sensibilidade insulínica o que pode também regulizar seus níveis glicêmicos.
Alterações hepáticas? Certamente alterações na quebra de glicogênio – fígado gorduroso, a não liberação de energia adequada pode gerar alterações metabólicas que podem levar até ruptura de membranas celulares e liberação de potentes radicais livres e olhe que nem citei agente anti-oxidantes.
Se falarmos em diabéticos ainda vai levar uma vida, mas o objetivo era mesmo fazer uma revisão sobre as condições energéticas e assim introduzir em cada condições fisiopatológica específica e assim aprofundar mais ainda o nosso estudo, mobilizar é preciso, selecionar é preciso.
FONTE:http://fisioterapiaconciencia.blogspot.com/

Postura em quatro apoio.

A cinesioterapia é (ou pelo menos deveria ser) parte fundamental da maioria das sessões de fisioterapia. Além da correta prescrição e progressão dos exercícios terapêuticos, o fisioterapeuta deve prestar atenção especial ao alinhamento biomecânico do paciente. Saber identificar compensações e corrigir a postura durante um exercício é uma tarefa tão importante para o fisioterapeuta quanto saber prescrevê-lo corretamente.

Hoje vou falar sobre a postura de quatro apoios, que é o ponto de partida para muitos exercícios direcionados aos estabilizadores profundos da coluna lombar. Os exercícios em quatro apoios estão se tornando muito populares entre os fisioterapeutas graças aos conceitos de estabilização segmentar (core stability) e Pilates. Além disso, estes exercícios são também bastante utilizados nas sessões de fisioterapia neurológica.
Isso mesmo! Quatro apoios não serve só para malhar bumbum ou pra tratar pacientes com lombalgia. Pessoas com TRM, hemiplégicos e pacientes atáxicos também se beneficiam muito desta postura.

Os exercícios em quatro apoios recrutam grandes grupos musculares, como tríceps, glúteos, abdominais, interescapulares, além dos estabilizadores profundos da lombar e estabilizadores de ombro entre outros. Além disso, desde que realizados corretamente, estes exercícios ajudam bastante no controle neuromuscular.

O objetivo da postagem de hoje é comentar, mesmo que rapidamente, o posicionamento correto e os erros mais comuns que podem ocorrer ao se trabalhar um paciente na postura de quatro apoios.

POSTURA DE QUATRO APOIOS
Inicialmente, precisamos entender que quatro apoios não é a mesma coisa que “ficar de quatro” se assim fosse, atrizes pornô jamais teriam lombalgia ! ! ! !. O posicionamento correto nesta postura é fundamental para se obter o máximo de resultados. Desta forma, vamos ver o que é considerada como uma boa postura em quatro apoios:


#1 - Posição dos Membros:
Parece meio óbvio, mas devemos verificar se os joelhos estão alinhados com os quadris (tanto em termos de flexão/extensão quanto adução/abdução). E se os cotovelos estão posicionados em alinhamento com os ombros e os punhos alinhados com os cotovelos.
O detalhe mais importante referente aos membros superiores é NÃO TRAVAR O COTOVELO EM EXTENSÃO. Isso mesmo, uma leve flexão de cotovelo garante atividade muscular no tríceps braquial. Além disso, mão espalmada, dedos apontando para a frente e cotovelos em rotação externa (olécrano apontando para trás), garantem que os braços trabalhem ativamente para se manterem estáveis, fortalecendo os MMSS como um todo.Na foto acima, podemos ver que embora o membro superior esteja alinhado, os cotovelos estão travados. Assim, não há atividade muscular, e a estabilidade é obtida simplesmente pelo alinhamento ósseo de forma totalmente passiva. Além disso, os membros inferiores não estão alinhados.

#2 – Alinhamento da lordose lombar.
Deve-se estar atento para a presença da lordose lombar aumentada ou invertida. O ideal é ajustar a pelve em posição neutra, com lordose lombar normal (ou o mais próximo possível do normal) Na imagem acima, vemos que as costas formam um arco. Mantendo a coluna em uma longa cifose.


#3 – Escápula e ombros.
Assim como a lombar, é preciso ajustar a cifose lombar normal. Não permitir que o peito paciente “desabe”, deixando as escápulas em adução e elevação. Deve-se corrigir a postura do paciente de modo que as escápulas fiquem bem posicionadas no tórax (evitando que fiquem aladas, ou em adução ou elevação excessivas). O pescoço também não deve ficar afundado. É muito comum que os pacientes elevem os ombros utilizando o trapézio superior

#4 – Alinhamento da lordose cervical
Mesma coisa da lordose lombar, corrija a posição de modo a manter o alinhamento da curvatura cervical, sem se esquecer de orientar o paciente a manter o “queixo pra dentro” (ativação dos estabilizadores profundos do pescoço).



A foto acima é meramente ilustrativa. Ela foi retirada de um site sobre amiotrofia espinhal e nela é possível identificar (de forma bastante exagerada) diversos erros possíveis. Dá pra notar a lombar desabada, falta de alinhamento dos membros, travamento do cotovelo e também a ativação do trapézio superior, mesmo com o apoio para manter a cabeça elevada.


. . . Voilá, se você conseguiu fazer isso tudo parabéns ! Seu paciente estará em uma excelente postura! Caso não tenha conseguido, não se martirize, às vezes gasta-se bastante tempo só pra conseguir conscientizar um paciente para que ele fique na posição de forma adequada. O importante é evitar ao máximo as compensações e posturas erradas.

Antes de terminar, é preciso lembrar que estou me referindo apenas à postura estática em quatro apoios! Existem variações de exercícios onde o terapeuta irá de fato solicitar ao paciente que posicione-se com as pernas mais para trás, ou que arqueie suas costas, que exagere a curvatura lombar... isso tudo vai depender do objetivo terapêutico.

Fonte:http://fisioterapiahumberto.blogspot.com/

autor: Humberto Neto

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Plano de Tto. capsulite adesiva.

Capsulite adesiva ou ombro congelado é, dentre as síndromes dolorosas do ombro, a que mais tem suscitado controvérsias, tanto do ponto de vista diagnóstico como terapêutico. Isso se deve aos aspectos ainda obscuros da sua etiopatogênia, à sua história natural e características clínicas semelhantes às da distrofia simpático-reflexa e a sua associação com doenças aparentemente sem relação direta com o ombro. (1) A capsulite adesiva é frequente causa de dor e incapacidade funcional do membro superior e afeta mais mulheres do que homens durante a quarta, quinta ou sexta década de vida. (3)
A capsulite adesiva, também conhecida como periartrite é caracterizada pelo desenvolvimento de adesões densas e restrições capsulares, especialmente na prega pendente da cápsula, e não por alterações artriticias na cartilagem e osso, como é presente na artrite reumatóide ou osteoartrite. Sua origem é obscura porem sua etiologia varia dentre dois conjuntos, a etiopatôgenia idiopática e a decorrente a grandes períodos de imobolização principalmente pós trauma. (4)
A capsulite adesiva possui 3 fases de transição, o congelando onde gera um quadro álgico intenso esmo em repouso, com limitação dos movimentos por 2 ou 3 semanas, sendo que estes sintomas podem durar até 36 dias. Congelado, presença de dor somente na mobilização, adesões significativas e movimentos glenoumerais limitados, ocorre atrofia do deltóide, bainha rotatória, bíceps braquial e tríceps braquial, com tempo de duração de 2 à 24 meses. (4)
O quadro clínico se caracteriza por dor mal localizada no ombro de início espontâneo, geralmente sem qualquer história de trauma. Essa dor se torna muito intensa, mesmo em repouso, e à noite; ela costuma diminuir de intensidade em algumas semanas. A mobilidade do ombro se torna rapidamente limitada em todas as direções (elevação, rotação interna, rotação externa, abdução). Uma das características sempre presente é o bloqueio total da rotação externa e interna, já que esta patologia ocorre especificamente na articulação glenumeral.(3)

Queixa principal: incapacidade de movimentar o ombro em grandes amplitudes.

Diagnóstico Fisioterapêutico:
• Capsulite adesiva em fase II congelado.
• Limitação de ADM de ombro em todos os eixos de movimento.
• Compensação biomecânica fazendo abdução apenas com a art. escapulo torácica.
. Hipotrofia dos musculos serrátil anterior e romboides
. Encurtamento de peitoral menor

Objetivos:
• Reduzir o quadro álgico.
• Aumentar a mobilidade intra articular.
• Aumentar a ADM do ombro.
• Ganhar força na musculatura relacionada ao complexo articular do ombro.

Condutas:

Ultra Som terapêutico no modo contínuo, intensidade de 0,8 W/cm², freqüência de 1MHz, durante 10 minutos na região anterior do ombro direito. (5)
As aplicações de calor, tais como a diatermia (ultra-som, ondas curtas ou microondas), são auxiliares empregados para alívio da dor e para diminuição da excitabilidade neuromuscular local. Todavia não são os agentes determinantes da recuperação funcional. Os efeitos fisiológicos restringem-se aos aumentos do fluxo sanguíneo local e da distensibilidade tecidual, importantes para a realização dos exercícios. (3)

Exercícios Pendulares de Codman
Os exercícios de Codman são realizados para a mobilidade articular do ombro, pois as técnicas de auto mobilização fazem proveito do uso da gravidade para separar o úmero da cavidade glenoide. Ele ajuda no alivio da dor através de movimentos de leve tração (grau I e II) e dão mobilidade precoce as estruturas articulares e liquido sinovial. (6)
Neste exercício o movimento deve ser realizado de forma passiva na art do ombro, ou seja o paciente usa o corpo e a perna para mexer o braço ou o fisioterapeuta realiza o movimento.
Mas por que o paciente não pode realizar o movimento com o braço? O objetivo da técnica é gerar uma decoaptação articular, se o pacinte realizar a contração essa propriedade não estará presente, não tornando-a tão efetiva.

Mobilização passiva intraarticular glenoumeral e ativo assistida do complexo do ombro.
A mobilização passiva ou ativa é medi. da profilática e curativa. Os exercícios passivos são os procedimentos fundamentais para o aumento de amplitude de movimento. Assim, desempenha importante papel a mobilização passiva oscilatória controlada (MPOC), em que são realizados movimentos acessórios (translacionais) combinados com movimentos fisiológicos (angulares) ao longo de amplitudes indolores de movimento ou próximo ao limite imposto pela patologia. As dosagens da MPOC foram classificadas em graus I e II (analgésicas) e III e IV (alongamento). A analgesia é obtida pela estimulação dos proprioceptores mecanossensíveis das cápsulas das articulações da região do ombro. Quando tais fibras são ativadas, imediatamente ocorre inibição recíproca das fibras de rápida condução dolorosa (A-delta); o alongamento decorre de mobilizações executadas e mantidas próximas ao limite articular disponível. Deverão ser mobilizadas as articulações glenumeral, acromio clavicular, escapulocostal e esternoclavicular. Os movimentos angulares a serem trabalhados constituem-se em abdução em 30° e 40° anterior ao plano coronal (plano escapular), rotações externa e interna. (3)

Exercícios ativo assistido e ativo com objetivo de aumentar a ADM.

Fortalecimento da musculatura do ombro (deltóide, bainha rotatória, bíceps braquial e tríceps braquial) com theraband de acordo com a força do paciente. Adaptação: Realizar o fortalecimento na cadeia diagonal de kabat.

Após alcançar ADM completa – O fortalecimento e a propriocepção consistem na fase final da reabilitação, com a imobilização prolongada e a limitação de ADM, a musculatura responsável por este complexo tende a perder suas qualidades de resistência, força e precisão, necessitando estas serem reabilitadas antes da alta. (7)

REFERÊNCIAS
1. FILHO, arnaldo amado ferreira. Capsulite adesiva. Rev Bras Ortop — outubro de 2005.
2. Valenzuela Neto, Cezar. Fisioterapia na capsulite adesiva do ombro. Fisioter. mov;13(1):49-60, abr.-set. 1999. ilus, graf.
3. KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Manole, 1998.
4. LECH OSVANDRÉ, SUDBRACK GUILHERME, NETO CESAR VALENZUELA Capsulite adesiva ("ombro congelado") Abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ortop — Vol. 28, Nº 9 — Setembro, 1993
5. Macedo, Jordano Leite Cavalcante de. Fianco, Karla Cristina. Silva, Klaus Avelino Santos. EVOLUÇÃO CLÍNICA FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE COM CAPSULITE ADESIVA DE OMBRO. http://www.novafapi.com.br/eventos/jic2006/trabalhos/FISIOTERAPIA/P%F4ster/20%20%20EVOLU%C7%C3O%20CL%CDNICA%20FISIOTERAP%CAUTICA%20EM%20PACIENTE%20COM%20CAPSULITE%20ADESIVA%20DE%20OMBRO.pdf Acessado em 10 de agosto de 2010.
6. SPASSIM, Mateus Valdir. GAVIOLLI, Cristina. Intervenções Fisioterapêuticas na Capsulite Adesiva ou Ombro Congelado. Acessado em 10/08/2010 no link http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/reumato/capsulite_matheus/capsulite_matheus.htm
7. PRENTICE, William E.; VOIGHT, Michael L. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. Porto Alegre: Artmed, 2003.


Então o que acharam? deixem seus comentários suas opiniões.
Não coloquei imagens pois são tácnicas ja conhecidas.

Me encaminhem seus planos de tto de qualquer area

Planos de Tratamentos

Quem é vivo sempre aparece e quem ta morto também, rsrsrs
Então Doutores e Doutoras peço desculpas pela minha ausência, o motivo desta é apenas...
1 TCC
2 Trabalho
3 Faculdade
4 Estudos pra faculdade
5 Artigos

Então como pedido de desculpa vou lançar uma nova categoria aqui no Blog, Planos de Tratamentos.
Estes planos de trtamento são planos focalizados a patologias que atendemos durante o curso, mas por que fazer isso?

Então meu real objetivo é gerar discussão...

Discussão sobre tecnicas, sobre a forma de tratamento, opniões, e conceitos.
Como vai funcionar, postarei alguns planos de tto, a discussão sera relizada através dos comentarios de cada postagem.
Outra coisa preciso que vocês me encaminhem alguns planos de tto, assim deixamos essa ideia na ativa.
MANDEM SEUS PLANOS DE TRTAMENTO PARA: gdfreitas89@hotmail.com com seu nome e se quiser de onde é e onde estuda, fico grato.

Abraços a todos e aguardo as discussões e os planos de tto.