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domingo, 26 de dezembro de 2010

O Desuso Aprendido


Existe um fenômeno bastante discutido em neuroreabilitação chamado desuso aprendido. Este fenômeno, mais evidente no membro superior, pode ser observado principalmente em pacientes com hemiplegia devido AVE e lesões de nervos periféricos. É muito comum que estes pacientes tendam a utilizar preferencialmente o membro sadio para realizar tarefas, mesmo quando o membroafetado possui alguma função motora residual.

A teoria por trás deste fenômeno baseia-se no fato de que os déficits motores resultantes de lesões neurológicas não são reultado apenas da lesão em si, mas também dos efeitos de um processo de “aprender a não utilizar um membro”. Como este blog me permite fugir da redação formal de textos científicos, ouso ser dramático em afirmar que o desuso aprendido nada mais é do que a face perversa da neuroplasticidade, é como se passássemos uma borracha sobre o homúnculo de Peinfield, apagando o membro afetado. È mais ou menos como se o paciente perdesse o software cortical do membro enquanto o hardware físico ainda está lá. Sacou?

MAS E DAÍ ?
... e daí que a falta de uso induzida por uma paralisia gerando um "não-uso aprendido", impede ou limita gravemente a recuperação motora, comprometendo assim as possibilidades de reabilitação. Devemos estar atentos a este fenômeno, não só nos pacientes adultos, mas também, e principalmente, nas crianças. É importante frisar que os pacientes pediátricos nem sequer formaram ainda o engrama motor, mas estão com o cérebro fritando em novas sinapses, em um processo conhecido como neuroplasticidade.

Em relação aos conceitos de neuroplasticidade, eu gosto de pensar que dois grandes avanços marcaram a reabilitação neurológica particularmente em relação ao tratamento do desuso aprendido nos últimos anos:
[1] O acúmulo de evidências que sustentam o fato de que a inatividade após uma lesão neurológica é capaz de gerar o desuso aprendido, sendo que este fenômeno é acompanhado por uma reorganização cortical; e
[2] O acúmulo de evidências demonstrando que a estimulação motora ou sensitiva de parte do corpo após uma lesão cerebral também é capaz de gerar uma reorganização cortical (reorganização uso-dependente) e, conseqüentemente, a possibilidade de "conduzir a plasticidade".

MAS NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
Baseado no arcabouço teórico da reorganização cortical, foi criada uma estratégia de tratamento denominada terapia de restrição e indução (TRIM). A TRIM é baseada em estudos iniciais realizados por volta da década de 70 e 80, pelo Dr.Edward Taub. Este estudo, descrito por vários autores, consistiu na realização de rizotomia dorsal em primatas, com a privação das sensações somáticas da extremidade superior. Após a realização de tal procedimento, o animal cessava imediatamente o uso da extremidade desaferenciada, e a restauração do uso foi induzida pela imobilização do membro intacto por vários dias enquanto o membro afetado era treinado.


A TRIM vem demonstrando resultados promissores, por meio de uma melhora significativa da função e do nível de controle motor. A terapia de restrição e indução do movimento se baseia em dois componentes principais:
(a) o treinamento motor intensivo da extremidade superior mais afetada, e
(b) a restrição motora do menos comprometido.

Dicas de leitura.
TRATAMENTO DE RESTRIÇÃO E INDUÇÃO DO MOVIMENTO NA REABILITAÇÃO FUNCIONAL DE PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO.
http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=2&ved=0CBkQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww2.pucpr.br%2Freol%2Findex.php%2FRFM%3Fdd1%3D3385%26dd99%3Dpdf&ei=Xcm8TNjAI4fEnAe8tf3FDQ&usg=AFQjCNEHwOzbsVq6eXZOQf0B3rjrjZarpw


Fonte:http://fisioterapiahumberto.blogspot.com/

autor: Humberto Neto